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Gestora do auxílio emergencial, Dataprev perde servidores

Órgão é responsável pelo processamento de dados do auxílio de R$ 600. Antes, houve falha em aposentadorias após a reforma da Previdência

atualizado

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1 de 1 dataprev sede - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

Responsável pela análise do cadastro que autoriza o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 a trabalhadores informais e autônomos, a Dataprev, empresa de processamento de dados do governo federal, enfrenta a diminuição no seu quadro de servidores em plena pandemia do coronavírus.

Somente em 2019, o órgão perdeu 217 empregados. O índice representa 6,3% do total de 3,3 mil servidores.

No ano passado, o governo lançou um Programa de Desligamento Incentivado (PDI) na Dataprev. A intenção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) era privatizar a estatal.

Desde 2019, a eficiência da empresa é alvo de críticas. Após a reforma da Previdência, em novembro, uma fila de pedidos de benefícios, como aposentadorias, se acumulou e chegou a marca de mais de 2 milhões no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Agora, a capacidade da estatal mais uma vez sendo questionada. O governo prometeu analisar os requerimentos para o auxílio emergencial em cinco dias úteis, prazo que o Ministério da Cidadania admite que não está sendo cumprido.

Perda de servidores

Além dos 217 servidores desligados no ano passado, outros 89 se inscreveram no programa visando parar de trabalhar. Esses desligamentos, que objetivavam inicialmente reduzir os custos da empresa, estão ocorrendo em meio à pandemia, quando os serviços estão sendo demandados.

O PDI  teve como público-alvo empregados aposentados que ainda estão em atividade na empresa e ocupantes de cargo de nível médio.

Segundo a Dataprev, o PDI gerou custos de R$ 22,6 milhões com os desligamentos.

“O programa teve nível de adesão dentro das expectativas. A economia resultante do PDI 2019 será observada em 2020, considerando que o payback da operação é inferior a 12 meses”, informa o órgão em balanço de contas.

Apesar das dificuldades, a Dataprev afirma que as atividades-fim da empresa — Diretorias de Relacionamento e Negócio (DRN), Desenvolvimento e Serviço (DDS), Tecnologia e Operações (DIT)— continuam, mesmo com os desligamentos, tendo o maior percentual da força de trabalho: 76%.

As atividades-meio — Diretorias de Administração e Pessoas (DAP), Governança Corporativa e Jurídica (DGJ) e Presidência — detêm os 24% restantes.

Versão oficial
Segundo a Dataprev, não há previsão nem estudos para novos desligamentos por PDI em 2020.

“Cabe ressaltar que a Dataprev está em processo de encerramento das atividades em 20 estados e que tanto os desligamentos quanto as cessões e transferências em curso estão sendo efetuados dentro do contexto do Plano de Adequação de Quadro (PAQ)  da empresa”, justifica, em nota.

Em 2019, o maior número de desligamentos no PDI foi de assistentes de tecnologia da informação — um cargo de nível médio.

A estatal afirma que o quadro de pessoal está dimensionado para as demandas e não há déficit de empregados. “Eventualmente, no entanto, pode ocorrer a necessidade de contratações especializadas em caso de surgimento de demandas específicas”, conclui o texto.

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