Ao menos 15 mil servidores federais já tiveram Covid; 2,6% do total
Os funcionários públicos que morreram em decorrência da doença são 946, segundo levantamento do Ministério da Economia
atualizado
Compartilhar notícia
A Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, não ficou longe das repartições públicas. Somente no governo federal foram registrados 15.304 afastamentos por causa da enfermidade.
Ao todo, 946 servidores públicos morreram em decorrência de complicações da Covid-19. Os dados são de março de 2020 a abril de 2021 e foram compilados pelo Ministério da Economia a pedido do Metrópoles.
Atualmente, cerca de 190 mil servidores estão trabalhando de forma remota ou em teletrabalho. Isso corresponde a aproximadamente 32% do total de servidores ativos do Poder Executivo federal, que tem 585 mil empregados.
O número de adoecimentos representa 2,6% do universo total do funcionalismo. Proporcionalmente, o volume é bem menor se comparado aos casos registrados em toda a população. O Brasil já teve 19,9 milhões de infectados, o que representa 9,4% dos 211 milhões de habitantes.
Em março, o governo autorizou a retomada do trabalho presencial por meio de uma instrução normativa. A presença de servidores em cada ambiente de trabalho não pode ultrapassar 30% do limite máximo da capacidade física.
No caso de ambientes que abrigam gabinetes de secretarias, secretarias-executivas e de ministros de estado ou autoridades equivalentes, a presença de servidores e empregados públicos não deverá ultrapassar o limite máximo de cinquenta por cento de sua capacidade física.
O governo tem um plano de teletrabalho fixo mesmo após a pandemia. O servidor que optar pelo modelo – em regime parcial ou integral – terá de assinar e cumprir um plano de trabalho. As novas regras foram lançadas há um ano e entraram em vigor formalmente em 1º de setembro de 2020.
Atualmente, servidores e empregados públicos que utilizam transporte público coletivo nos deslocamentos para os locais de trabalho, por exemplo, estão dispensados das atividades presenciais.
Falhas
O secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, alerta que a estrutura da administração pública federal apresenta falhas na prevenção da doença.
Ele usa como exemplo a falta de distanciamento social e de disponibilização de equipamentos como máscaras e álcool em gel.
“Alguns órgãos estão sem condições de cumprir premissas determinantes, como distanciamento e escalonamento dos servidores”, pondera.
Segundo ele, houve as pressões dos chefes imediatos para a retomada. “Os funcionários aterrorizados com o assédio moral para esse retorno. A grande maioria, salvo algumas excepcionalidades, o trabalho presencial está a todo vapor”, conta.
Versão oficial
Em nota, o Ministério da Economia, responsável pela organização do funcionalismo, destacou que “as regras vigentes para o trabalho presencial e seguro de servidores e empregados públicos, nesse período de pandemia, estão dispostas na Instrução Normativa SGP/SEDGG/ME nº 109, de 29 de outubro de 2020, alterada pela Instrução Normativa nº 37, de 25 de março de 2021”.