Ao falar de reformas, Guedes compara servidores a “parasitas”
O ministro da Economia criticou o reajuste anual dos funcionários públicos e disse que eles já têm como privilégio a estabilidade
atualizado
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O ministro Paulo Guedes, da Economia, ao falar, nesta sexta-feira (07/02/2020), sobre a reforma administrativa pretendida pelo governo federal, comparou funcionários públicos a “parasitas”. O titular da pasta econômica adiantou que as propostas referentes ao tema serão enviadas ao Congresso na próxima semana. O governo deve fatiar o texto para facilitar a tramitação.
“O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega no povo e ele quer aumento automático”, declarou Guedes.
O ministro criticou o reajuste anual dos salários dos servidores que, segundo ele, já têm como privilégio a estabilidade no emprego e “aposentadoria generosa”.
Segundo Guedes, a máquina pública, nas três esferas de governo, não se sustenta financeiramente por questões fiscais e, por isso, a carreira do funcionalismo precisa ser revista.
A declaração foi dada pelo ministro em palestra na Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV EPGE) no encerramento de um seminário sobre o Pacto Federativo.
Mudanças
A maior parcela das mudanças valerá para aqueles que se tornarem servidores após a aprovação do projeto pelo Congresso. Os que já atuam no Executivo federal manterão a maior parte das prerrogativas e serão afetados por mudanças pontuais.
Além do fim da estabilidade para os futuros servidores, o projeto de reforma administrativa prevê a possibilidade de redução da jornada e dos salários do funcionalismo público. Os que decidirem reduzir a jornada diária de trabalho também terão os vencimentos reduzidos.
Os salários iniciais devem ser reduzidos, e as tabelas remuneratórias, reorganizadas. O objetivo é fazer com que os rendimentos dos servidores fiquem mais perto dos praticados pelo setor privado.
Antes mesmo de a proposta chegar ao Congresso, as possíveis mudanças causam reações. Reunidos em São Paulo, onde ocorre o 13º Congresso Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), lideranças sindicais reclamaram de perdas de direitos. Para os sindicalistas, “é um retrocesso sem limites”.
Salário fica de fora
Entre os pontos já adiantados pelo governo, está que os salários ficam de fora. Essa mudança exige leis próprias, segundo o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, Paulo Uebel.
“A reforma administrativa vai criar um novo arcabouço legal para novos servidores. Estabilidade, remuneração e demissão dos atuais servidores não mudará. Os atuais terão ajustes que ainda serão apresentados, mas nada estrutural”, destacou, na mais recente fala sobre o assunto.