Serial killers: quem foram os 10 maiores matadores em série do Brasil
História criminal brasileira possui vários exemplos de serial killers que desafiaram a investigação policial. Alguns, com mais de 50 vítimas
atualizado
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Temas recorrentes de obras literárias e audiovisuais, as histórias de serial killers sempre instigam a curiosidade daqueles que gostam do universo “true crime”. Na história da criminologia brasileira, existem vários exemplos de matadores em série, cujos crimes geraram enorme repercussão e chocaram a sociedade.
Nessa sexta-feira (2/8), completaram 10 anos do último assassinato cometido por Tiago Henrique Gomes da Rocha, o homem que ficou conhecido como o serial killer de Goiânia. Ele foi preso em outubro de 2014 e confessou ter cometido mais de 35 mortes, entrando para a lista dos maiores matadores em série do Brasil.
Tiago andava de moto pela cidade, em busca de novas vítimas, e agia sempre da mesma forma. Assim que encontrava alguém pela frente, ele se aproximava, parava a moto e sem descer, tampouco tirar o capacete, sacava a arma, matava e fugia do local. De janeiro a agosto de 2014, ele matou 15 mulheres, entre 13 e 29 anos.
O motociclista tinha 26 anos à epoca, trabalhava como vigilante em um hospital infantil de Goiânia e passava, facilmente, ileso por qualquer suspeita. Após a descoberta surpreendente da polícia, ele entrou para o grupo dos serial killers que aterrorizaram o Brasil, como Pedrinho Matador, Helinho Justiceiro, Maníaco do Parque e outros.
10 maiores serial killers do Brasil
Tiago é considerado o quinto maior serial killer da história do Brasil. Confira:
Pedro Rodrigues Filho, o Pedrinho Matador
Apesar de ter sido condenado por matar 71 pessoas, Pedrinho Matador dizia ter assassinado mais de 100. Natural de Santa Rita do Sapucaí (MG), ele gostava de exaltar o próprio histórico criminal. E tudo começou bem cedo: o primeiro homicídio de Pedro Rodrigues Filho foi cometido aos 11 anos.
Depois de passar por problemas em casa com o pai, Pedrinho abandonou o lar aos 9 anos e foi parar na cidade de São Paulo, onde enveredou no crime. O matador, inclusive, nasceu com o crânio ferido por causa de chutes dados pelo pai na barriga da mãe, quando ela estava grávida.
Com todo esse histórico, ele saiu cometendo crimes entre Minas Gerais e São Paulo. Uma das vítimas foi o próprio pai, assassinado por ele aos 20 anos dentro da cadeia. Pedrinho Matador morreu em março do ano passado. Já solto, ele foi assassinado em Mogi das Cruzes, região metropolitana de São Paulo.
Hélio José Muniz Filho, o Helinho Justiceiro
Helinho foi preso em 1998 em Pernambuco, acusado de matar 65 pessoas. Após ser detido e levado para o Presídio Professor Aníbal Bruno, em Recife, ele disse que confessou entre 60 e 65 mortes porque foi ameaçado pela polícia. Apesar disso, foi condenado a quase 200 anos de prisão.
Na confissão, ele disse que liderava uma quadrilha de justiceiros no estado e que matava bandidos. “Matar é como beber água”, dizia o serial killer. O mandado de prisão foi expedido, à época, com base em duas mortes devidamente comprovadas pela polícia.
A fama de Helinho rendeu até um documentário inspirado nele, chamado “O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas”. Natural de Camaragibe, na região metropolitana de Recife, o Justiceiro foi assassinado, aos 24 anos, dentro do presídio. Ele foi morto a facadas por três detentos do local.
Florisvaldo de Oliveira, o Cabo Bruno
Florisvaldo de Oliveira, o Cabo Bruno, é um ex-policial militar de São Paulo que ficou conhecido por atuar como justiceiro e cometer dezenas de assassinatos na periferia da capital paulista, durante os anos 1980. Ao todo, ele matou pelo menos 50 pessoas e foi condenado a mais de 100 anos de prisão.
Depois de ser solto em 2009, não demorou muito para ele próprio ser vítima de assassinato. Cabo Bruno morreu em setembro de 2012, aos 53 anos, em Pindamonhangaba (SP).
Francisco das Chagas Rodrigues, o Emasculador do Maranhão
Francisco das Chagas é um pedófilo e serial killer maranhense que ficou conhecido por matar 42 crianças e adolescentes. O ex-garimpeiro e mecânico teve a identidade descoberta em 2004, quando a polícia de São Luís o prendeu.
Mais tarde, descobriu-se que os crimes dele se estendiam, também, à cidade de Altamira (PA), onde o serial killer morou por uma década. A crueldade dos assassinatos chocou o país. Francisco matava e mutilava as vítimas, após abusá-las sexualmente.
Tiago Henrique Gomes da Rocha, o serial killer de Goiânia
O motociclista que amedrontou Goiânia em 2014 tem, hoje, 36 anos e cumpre pena no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Em sua confissão, Tiago disse ter matado 39 pessoas, entre mulheres, homens e pessoas em situação de rua.
O serial killer já passou por todos os júris – o último foi em 2023. Ao todo, ele acumulou uma pena de mais de 700 anos. Após ser submetido a uma análise psiquiátrica, ele foi diagnosticado com Transtorno de Personalidade Antissocial. A defesa tentou utilizar o laudo para amenizar as penas, mas teve o pedido negado nos tribunais superiores.
Ramiro Matildes Siqueira, o Bandido da Cartucheira
Também conhecido como Ramiro da Cartucheira, o criminoso foi acusado de cometer 54 crimes, incluindo 15 assassinatos e três estupros. Como o apelido já diz, ele se caracterizava por utilizar uma espingarda do tipo cartucheira para cometer os homicídios.
Ramiro causou terror, principalmente, no meio rural, onde costumava agir, cometendo roubos, invasões de propriedade e mortes. Os crimes foram cometidos por ele em cidades de Minas Gerais e Goiás. O serial killer foi encontrado morto em casa, em Goiânia, em 1981, supostamente após sofrer uma parada cardíaca.
Fortunato Botton Neto, o Maníaco do Trianon
O Maníaco do Trianon trabalhava como garoto de programa na região do Museu de Arte de São Paulo (Masp), próximo ao Parque Trianon – por isso, o apelido. Ele ficou conhecido por assassinar os próprios clientes. Ao todo, foram 13 vítimas, incluindo um decorador, um professor, diretor de teatro e um psiquiatra.
Os crimes ocorreram entre 1986 e 1989. Fortunato confessou sete dos assassinatos e foi condenado por apenas três. Ele morreu em 1997, no presídio de Taubaté, de broncopneumonia decorrente da Aids.
Orlando Sabino, o Monstro de Capinópolis
O Monstro de Capinópolis foi acusado de matar 12 pessoas. Os crimes ocorreram no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Sul de Goiás. Ele matava as pessoas a tiro, facadas e até pauladas.
Anos depois de ser preso, Orlando foi internado em um manicômio, após ser diagnosticado com oligofrenia. Ele foi solto depois de cumprir 38 anos de medida de segurança na unidade e, já idoso, foi viver em um asilo na cidade de Barbacena (MG). Em 2013, foi encontrado morto no local, após um infarto do miocárdio.
Paulo José Lisboa, o Maníaco da Corrente
Paulo José Lisboa, o Maníaco da Corrente, foi um serial killer que matou onze prostitutas, entre 1980 e 2000, em cidades de São Paulo e Espírito Santo. Na primeira vez em que foi preso, por matar cinco pessoas e espancar outras seis, ele fugiu da prisão em 1998 e voltou a praticar os mesmos crimes.
O serial killer saiu de São Paulo e se mudou para o Espírito Santo. Em fevereiro de 2022, foi encontrado morto em casa, em Guarapari (ES). A esposa o encontrou dias depois da morte, ao retornar de uma viagem. O corpo já estava em decomposição.
Frascisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque
Francisco de Assis Pereira marcou o noticiário policial do Brasil, no final dos anos 1990. O Maníaco do Parque, como ficou conhecido, foi acusado de matar pelo menos sete mulheres, mas confessou 11 assassinatos. Além disso, ele tentou matar outras nove.
Fora os assassinatos, ele foi condenado, ainda, por estupro, estelionato e atentado violento ao pudor. Os crimes ocorriam no Parque do Estado, na região sul de São Paulo. Franscisco atraía as vítimas, após fazer elogios e se apresentar como um caça-talentos de uma revista da época. Ele oferecia, ainda, um bom cachê e as convidava para fazer ensaios fotográficos numa área ecológica.
O serial killer foi condenado a 268 anos de prisão. Hoje, ele está com 56 anos e cumpre pena em presídio no interior de São Paulo.