Sérgio Camargo defende incluir PM morto na Bahia em lista de homenagem
Presidente da Fundação Palmares defendeu as palavras do agente, que teve surto e atirou para cima em região turística de Salvador (BA)
atualizado
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O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, disse nesta segunda-feira (29/3) que o nome do policial militar Wesley Góes poderá ser incluído na lista de personalidades negras do órgão. No domingo (28/3), o PM invadiu o gramado em frente ao Farol da Barra, em Salvador (BA), e disparou pelo menos uma dezena de tiros para o alto e contra os colegas de corporação que tentavam contê-lo.
“As palavras dele, antes de ser baleado, expressam a indignação dos trabalhadores brasileiros ante a truculência e o autoritarismo”, escreveu ele no Twitter.
O nome do PM Wesley Góes poderá ser incluído na lista de Personalidades Negras da Fundação Palmares caso atenda aos critérios da portaria 189/2020. As palavras dele, antes de ser baleado, expressam a indignação dos trabalhadores brasileiros ante a truculência e o autoritarismo.🇧🇷 pic.twitter.com/2zu1bGFH6P
— Sérgio Camargo (@sergiodireita1) March 29, 2021
Camargo vem causando polêmica com a lista de personalidades negras da Palmares desde que decidiu excluir personalidades como Elza Soares, Benedita da Silva, Gilberto Gil, Marina Silva, Milton Nascimento e Martinho da Vila.
Surto de policial
Em vídeos publicados por moradores da região nas redes sociais, o policial militar Wesley Góes grita palavras de protesto, fala em desonra e violação da dignidade dos policiais. “Comunidade, venha testemunhar a honra ou a desonra do policial militar do estado da Bahia”, esbraveja.
O agente compareceu ao local de trabalho na manhã do último domingo, pegou o fuzil e sumiu, até ser reconhecido rompendo as barreiras que isolavam o ponto turístico da capital. Ele teria apresentado surto psicótico, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSPBA).
Góes morreu no Hospital Geral do Estado (HGE). A Polícia Militar (PM) afirmou que “lamenta a ocorrência crítica envolvendo um integrante da corporação” e que “não poupará esforços para que todos os protocolos internacionais de gerenciamento de crise sejam adotados”.
Policiais militares fizeram um protesto em frente ao Hospital Geral do Estado, na noite de domingo (28/3), e ameaçaram parar as atividades após o soldado ser baleado por colegas. Outra manifestação ocorreu nesta segunda-feira (29/3), no Farol da Barra, onde ocorreu o caso.