Sérgio Camargo critica Mano Brown e reclama da linguagem do rap
Presidente da Fundação Palmares usou as redes sociais para, mais uma vez, atacar artistas negros e reclamar de críticas: “Afromimizentos”
atualizado
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Desde que assumiu a presidência da Fundação Cultural Palmares – um dos mais importantes órgãos de promoção e preservação da cultura negra e afro-brasileira –, Sérgio Camargo coleciona frases e posicionamentos, no mínimo, polêmicos. Desta vez, o jornalista usou as redes sociais para criticar o rapper Mano Brown e as linguagens do rap e do funk.
O presidente da Fundação Palmares acusou grupos de forçarem pessoas pretas a “falar português ruim e usar ‘mano’ em todas as frases”, além de culpar o rap e o funk por isso. “Alguns ‘grupos’ acham que pretos têm que falar português ruim e usar ‘mano’ em todas as frases. Tal ‘cultura’ é reforçada nas letras do rap e do funk. A norma culta não é incompatível com a pele negra. Quem pensa dessa forma é um racista; pretos que se submetem, escravos”, afirmou o jornalista em publicação no Twitter, na tarde desta quinta-feira (18/11).
Camargo ainda criticou a ascensão da cultura do rap no país e alfinetou Mano Brown, um dos maiores rappers da história do Brasil. “Num futuro próximo, o português escorreito de Machado de Assis será visto como um insulto aos manos, preconceito elitista e opressão burguesa. Nesse dia, Mano Brown será eleito imortal e ocupará uma cadeira na Academia Brasileira de Letras”, reclamou.
Ele continuou, e mostrou não gostar da valorização e do reconhecimento cultural que o rap conquistou no Brasil nos últimos anos, como o caso de alguns vestibulares que já cobraram letras do Racionais MC’s ao lado de questões sobre clássicos como Camões. Aproveitando o momento, o presidente da Palmares mandou um recado para pessoas que criticaram seu posicionamento: “Afromimizentos, dia 20 vocês terão consciência. Mas não fiquem animadinhos. Será só por um dia”, disse se referindo ao Enem 2021.
Após a repercussão negativa de suas falas, Sérgio insinuou que o líder dos Racionais MC’s se tornou uma espécie de intocável para parte de grupos progressistas. “Agora temos a figura do artista preto perfeito e intocável. Qualquer crítica ou reparo às besteiras que falam o tempo todo são tachados de ofensa a todos os pretos do Brasil. Só faltou combinar comigo.”