Sequestro em Belém: assaltante obrigou crianças a chamá-lo de tio

Após passarem horas de terror dentro de um carro de aplicativo, as três crianças vítimas de sequestro na Avenida Augusto Montenegro, em Belém (PA), relataram à família que o sequestrador as obrigou a chamá-lo de “tio” e a colocarem fatias de pizza na sua boca. A última refém, mãe das crianças, foi libertada na manhã desta quinta-feira (9/3), e o homem, preso. No total, o caso exigiu 17h de negociação entre policiais e assaltante.

De acordo com a avó das crianças, a família estava em um shopping, na BR-316, e aguardava o carro de aplicativo para ir até a casa da sogra da mulher, onde comeriam uma pizza com o pai dos meninos. Preocupado com a demora dos quatro, o marido ligou para a companheira a fim de saber se algo havia acontecido.

“Ela e o marido tinham combinado de se encontrarem na casa da mãe dele e, como ela não chegava, ele começou a ligar para o celular dela. Como ele não parava de ligar, o assaltante permitiu que ela ligasse (de volta)”, contou a familiar ao portal G1. Segundo a avó, foi nesse momento que a vítima conseguiu compartilhar a localização e informar que estava sendo feita refém.

Depois de serem libertadas pelo assaltante, as crianças contaram à avó que o homem as obrigou a chamá-lo de tio e a servirem fatias da pizza na boca dele. Além disso, relataram que a mãe quase desmaiou duas vezes seguidas durante as ameaças do criminoso.

Os familiares do homem, identificado apenas como Ian, de 27 anos, disseram que ele tem problemas psiquiátricos, o que teria influenciado a abordagem e o sequestro das quatro vítimas. No entanto, não há um diagnóstico oficial.

O caso

O sequestro teve início na noite desta quarta-feira (8/3), quando a mulher solicitou um carro de aplicativo, por volta das 19h10, para ela e os três filhos, de 3, 7 e 8 anos.

Quando o carro chegou, o sequestrador aproveitou para entrar no veículo com a família e, com uma faca em mãos, anunciou o assalto. O motorista escapou e pediu socorro, mas os quatro passageiros acabaram feitos reféns.

Assim que foi acionada sobre o sequestro, a Polícia Militar enviou uma equipe para negociar a libertação da família. Durante a conversa com os policiais, o criminoso exigiu a presença da imprensa e de familiares no local. A avó do homem compareceu à cena para conversar com o neto, mas passou mal e teve de ser socorrida por paramédicos.

As duas primeiras pessoas a serem liberadas foram os filhos mais velhos, de 7 e 8 anos, à 0h30 desta quinta. Mais tarde, por volta das 9h50, o criminoso também permitiu que a criança de 3 anos saísse do veículo, com a presença do pai da menina, Wellington de Oliveira, durante as negociações.