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Sepultura menor que caixão constrange família de idosa vítima de Covid

Família da vítima conta que enterro teve atraso de 10 horas. Coveiros tiveram de construir novo espaço para corpo em Maurilândia (GO)

atualizado

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Arquivo pessoal/Betina Maria Martins Lopes
avo caixao Maurilândia Goiás
1 de 1 avo caixao Maurilândia Goiás - Foto: Arquivo pessoal/Betina Maria Martins Lopes

Familiares de uma mulher de 69 anos, morta por complicações da Covid-19, aumentaram ainda mais a dor da despedida e o sofrimento no momento do enterro do corpo dela, em Maurilândia, sudoeste de Goiás, a 228 km de Goiânia. Funcionários do cemitério municipal construíram sepultura menor que o tamanho do caixão dela.

A família de Maria de Lourdes Borges conta que funcionários chegaram a serrar parte do caixão na frente dos presentes, mas, mesmo assim, não coube na cova. Ela morreu, sexta-feira (30/4), em um hospital de Rio Verde, na mesma região, e o enterro só foi realizado no fim da noite, depois de 10 horas de atraso.

A idosa ficou 11 dias internada em tratamento contra complicações da doença, em unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital de Rio Verde, para onde foi transferida, em 19 de abril. Dois dias antes, ela deu entrada em uma unidade de saúde de Maurilândia, onde vivia, mas teve de ser levada para a outra cidade por necessitar de acompanhamento médico mais contínuo.

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Caixão serrado

Como a idosa morreu por complicações da Covid-19, o velório não foi realizado. Por isso, somente alguns familiares participaram do pequeno cortejo até o cemitério. No entanto, no momento em chegaram ao local, perceberam que a sepultura era menor que o caixão.

“Serraram o caixão para ver se caberia. E se nada desse certo, teriam que retornar com o corpo dela para Santa Helena, onde seria feita a troca de caixão. Foi muito difícil pelo momento que estávamos passando”, afirmou a neta da idosa, a comerciante Betina Maria Martins Lopes, de 27 anos, em entrevista à TV Anhanguera, afiliada da Globo em Goiás.

A situação de constrangimento, que, segundo a família, aumentou ainda mais a dor do luto, só foi resolvida depois de os trabalhadores refazerem a construção da sepultura, o que gerou um atraso de 10 horas para o enterro.

Sofrimento prolongado

A neta disse que o enterro de sua avó estava previsto para as 13h de sexta-feira, mas, segundo ela, só foi realizado às 23h. “O que era pra ter sido resolvido em poucas horas durou mais do que imaginávamos”, contou a neta.

A comerciante contou, ainda, que a família havia passado as medidas corretas do caixão para o cemitério, administrado pela prefeitura da cidade.

“Minha mãe foi lá e instruiu eles, ressaltando que eram 80 centímetros de largura. E, no final, na hora de sepultá-la, descobrimos que eles colocaram 70. Era para acontecer [o sepultamento] por volta das 13h, porém, nós tivemos que esperar a ‘obra’ do pedreiro secar, no caso, a cova. Puro descaso e constrangimento”, desabafou a neta, em entrevista à TV.

A Prefeitura de Maurilândia informou que lamenta a morte da idosa e que será uma investigação administrativa para apurar o caso. O Metrópoles não localizou o coveiro ou seu advogado para se manifestar.

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