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Separadas ao nascer, quatro irmãs se encontram 30 anos depois

Uma das irmãs, Camila, conta que passou a vida em busca de sua origens, e conseguiu encontrá-las aos 31 anos

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Irmãs se encontraram após 30 anos
1 de 1 Irmãs se encontraram após 30 anos - Foto: Reprodução/Redes sociais

As irmãs Julia Alberich, Juliana Alberich, Bianca Amorim e Camila Buchele tiveram um recomeço após 30 anos. Separadas desde o hospital, as jovens tomaram rumos diferentes na vida até se encontrarem por um acaso do destino.

Tudo começou em 2020, quando a empresária Camila, de 33 anos, descobriu que o nome de sua avó constava no cartório como testemunha do nascimento de outras três crianças: Bianca, Julia e Juliana.

Quando criança, Camila morava com a avó. Constantemente, ela se questionava o por quê de não ter sido adotada, já que suas outras irmãs, com quem ela não chegou a ter contato, tinham conseguido um lar.

Ela conta que chegou até a morar na casa de outras famílias durante a infância, mas acabou retornando para a casa de sua avó por volta dos 11 anos. Quando criança, chegou a ver seu pai algumas vezes. “Eu não morava com ele, minha vó nunca permitiu, devido à condição financeira dele. Mas ele sempre demonstrou interesse e vinha me ver durante os fins de semana”, diz. Ele morreu em um acidente, no entanto, quando ela ainda era criança.

“Nunca tive contato com a minha mãe biológica entre filha e mãe. Sabia quem ela era, mas nunca tive contato. E eu sempre me interessei por buscar a minha história, até para que eu pudesse encerrar um ciclo”, relata.

Busca por respostas

Julia, Juliana e Bianca consideravam a possibilidade de uma irmã ou irmão ainda existir, mas relembram que o desejo de ir atrás disso não era tão forte quanto em Camila.

Camila, contudo, se dedicou a procurar respostas. Ela diz que começou a trabalhar em locais públicos – como agência dos Correios, lojas e cartórios – da cidade onde nasceu e vive até hoje, Brusque (SC), com a esperança de que seus traços trouxessem lembranças a algum familiar.

“Eu já trabalhei até no hospital da minha cidade, onde nós todas nascemos. E todo tempo que eu fiquei ali sempre fui atrás das informações de quem trabalhou na época, qual eram os médicos que faziam o parto, quem eram as enfermeiras que trabalhavam na década de 1990.”

Reencontro

Camila nunca deixou para trás o desejo de reencontrar sua família, mesmo depois de crescer. Quem proporcionou o reecontro final, entretanto, não foi ela.

Em 2020, Julia, de 32 anos, que trabalha como jornalista, começou a buscar por parentes pelo Instagram. Ela encontrou um tio biológico, que a colocou em contato com Camila. O encontro com Bianca, porém, veio depois.

Este ano, com 33 anos, Bianca, que trabalha como escrevente, também resolveu adicionar no Instagram pessoas com o mesmo sobrenome, sem muita pretensão de descobrir algo. Uma dessas pessoas era Camila, que não a reconheceu, pois buscava por uma irmã chamada Roberta, nome de nascença de Bianca.

Porém Camila mandou uma mensagem pedindo informações sobre possíveis parentes, e descobriu que se tratava de sua irmã. Elas moravam a apenas meia hora de distância uma da outra – Bianca, em Itajaí (SC).

Novos começos

Até o momento, as quatro irmãs ainda não conseguiram se encontrar presencialmente. Julia e Juliana moram fora do país, e, em função da pandemia e do trabalho, ainda não conseguiram vir juntas para o Brasil. Julia e Camila se encontraram pela primeira vez em 2021, em São Paulo. No ano seguinte, Bianca e Camila se encontraram em Itajaí.

Camila conta que chegou a encontrar sua mãe biológica depois que descobriu a identidade de todas as suas irmãs. “Fui até o local onde ela morava e pedi perdão. Disse que queria ouvir a versão dela, porque toda história tem versões. E muito dos fatos não eram como me passaram”, diz. “Acredito que a gente encerrou também ali um ciclo para reconstruir outro, e vida que segue.”

Bianca relata que as irmãs criaram um grupo no WhatsApp, onde conversam sobre tudo e tentam conhecem uma a outra aos poucos. “Eu brinco que a gente parece aqueles cadernos de perguntas que tinha antigamente: ‘O que tu gosta de fazer? O que é que tu come? Como é que tu faz tal coisa?’. A gente manda foto do nosso pé, da nossa mão, o que a gente tem de parecido, o que a gente não tem.”

“É muito gostoso, é muito legal. Então, a gente tem total consciência de que a gente não teve um passado, mas que, daqui para a frente, a gente vai poder ser realmente irmã, sabe? Apoiar uma a outra, participar da vida uma da outra”, celebra Bianca. “Nós nos tornamos um combustível magnífico para a vida uma da outra.”

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