Senador pede investigação do MP sobre 3º conjunto de joias de Bolsonaro
Senador quer apuração sobre terceiro pacote de joias entregues a Bolsonaro e retidas pelo ex-presidente da República
atualizado
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O senador Humberto Costa (PT-PE) enviou, nesta terça-feira (28/3), um ofício ao Ministério Público (MP) junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo abertura de investigação sobre o terceiro conjunto de joias recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por autoridades da Arábia Saudita.
Reportagem publicada pelo Estadão nesta terça-feira mostra que o ex-presidente recebeu um estojo com joias de ouro branco e diamantes, avaliado em R$ 500 mil. Além disso, entre as peças presenteadas a Bolsonaro está um relógio Rolex, cravejado de pedras, estimado em R$ 360 mil.
No ofício enviado ao MP, Humberto Costa citou que o Portal da Transparência mostra que Bolsonaro e sua comitiva estiveram na Arábia Saudita mais de 150 vezes ao longo do mandato. Ele chamou as visitas de “inusitada peregrinação”.
“Solicita-se que esse digno Ministério Público avalie apurar as reais razões de tão constantes deslocamentos oficiais, e se, ao fim de cada uma dessas visitas, a comitiva ou o ex-presidente receberam objetos valiosos, e se assim for, a que título foram recebidos”, pontuou o senador.
Além disso, Humberto Costa pediu que as joias sejam apreendidas pelo Tribunal de Contas, e que o órgão aplique multas ao ex-presidente pela “conduta lesiva ao Estado brasileiro”. O parlamentar também solicitou ampliação da investigações para apurar as 150 viagens de Bolsonaro e da sua equipe ao país.
Joias
Uma viagem a Doha, no Catar, e Riade, na Arábia Saudita, em outubro de 2019, rendeu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mais um presente. Dessa vez, uma caixa com um relógio Rolex, uma caneta Chopard, abotoaduras, anel e uma espécie de rosário árabe.
A caixa com os presentes teria sido recebida pelo próprio Jair Bolsonaro do regime da Arábia Saudita, após almoço com o rei saudita Salman Bin Abdulaziz Al Saud.
No caso das joias avaliadas em mais de R$ 16,5 milhões, retidas pela Receita Federal por questões legais, e do outro pacote que veio na bagagem da comitiva que foi ao Oriente Médio, em outubro de 2021, os presentes não passaram pelas mãos do ex-presidente.