Senador convida Mauro Vieira para explicar fala de Lula sobre Israel
Requerimento foi apresentado pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG) e ainda precisa ser votado pela comissão
atualizado
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O senador Carlos Viana (Podemos-MG) protocolou, nesta segunda-feira (19/2), um requerimento para convidar o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado.
O pedido tem como objetivo pedir explicações ao chanceler brasileiro sobre a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que comparou a morte de palestinos na Faixa de Gaza ao Holocausto dos judeus pela Alemanha nazista.
“A fala gerou forte repercussão internacional, e provocou o início do que pode ser uma grave crise diplomática entre Brasil e Israel. Tal foi o impacto negativo, que o governo de Israel declarou o presidente brasileiro persona non grata”, argumenta o senador no documento.
O requerimento solicita que o chanceler “esclareça qual o posicionamento do governo brasileiro e as ações diplomáticas a serem tomadas em momento de fragilidade entre os países”.
Líder do PL propõe convocação
O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), também apresentou requerimento para que Vieira explique as falas de Lula. Trata-se, porém, de uma convocação. Ou seja: a presença do chanceler seria obrigatória.
“A declaração do Presidente Lula, longe de estimular a solução do conflito e de promover o diálogo intercultural e religioso, apenas agrava as tensões entre Israel e Palestina. Ao comparar a maior política de extermínio de todos os tempos com o complexo cenário atual e tentar de alguma forma imputar responsabilidade privilegiada a apenas uma das partes em conflito, o Presidente Lula não apenas distorce fatos históricos, como também promove o ódio, a revanche e a violência”, argumenta Portinho.
Discurso de Lula
A declaração de Lula foi feita nesse domingo (18/2), em coletiva de imprensa ao encerrar o giro pela África, um dia após se reunir com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina.
Questionado sobre a suspensão recente de ajuda humanitária aos palestinos, chamou o que classificou de “mundo rico” de “essa gente” e rebateu: “Qual é o tamanho da consciência política dessa gente e qual é o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio?”.
Segundo ele, não é uma guerra entre soldados e soldados, mas “uma guerra de um Exército altamente preparado e mulheres e crianças”. “Se teve algum erro nessa instituição que recolhe dinheiro, puna-se quem errou, mas não suspenda a ajuda humanitária para o povo que está há tantas décadas tentando construir o seu Estado”.
E completou: “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”.