Por unanimidade, Senado aprova indicação de Luiz Corrêa à Abin
Indicado à Abin é delegado da PF. Luiz Corrêa é ex-secretário nacional de segurança pública do Ministério da Justiça
atualizado
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A Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado Federal aprovou, nesta quinta-feira (4/5), a indicação de Luiz Fernando Corrêa ao cargo de diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Corrêa foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao posto.
A aprovação ocorreu após duas horas de sabatina, com 16 votos favoráveis e nenhum voto contrário. Corrêa é ex-secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça. Formado em direito, foi agente e é delegado da Polícia Federal (PF).
A comissão que analisou a indicação de Corrêa ao cargo é presidida pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). A relatoria da matéria foi realizada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso Nacional.
Em seu parecer, Randolfe pontua que Corrêa tem experiência e formação adequadas para ocupar o cargo, e que a condução do posto é essencial para o combate ao terrorismo e crime organizado. Durante a sabatina, Corrêa afirmou que o presidente Lula quer “reestruturar” a atividade de inteligência no Brasil.
“Fui convidado diretamente pelo presidente Lula. Segundo ele, pelo histórico. Fui diretor-geral na segunda gestão dele, em uma atuação totalmente técnica. Ele quer reestruturar a atividade e está contando com a capacidade da nova gestão para isso. A nova gestão só vai alcançar esse objetivo se ela tiver mínima articulação com o Congresso Nacional”, disse.
Ao longo da sabatina, Corrêa chegou a ser questionado sobre possíveis falhas da Abin na atuação contra os atos golpistas de 8 de janeiro.
O diretor-geral da agência disse que, na posição de indicado ao cargo, não tem domínio do dados sobre o ocorrido. No entanto, se comprometeu a entregar informações sobre o caso aos senadores quando tiver acesso aos dados.
Diretor-ajunto
Além da indicação de Corrêa, senadores aprovaram a nomeação de Alessandro Moretti para o cargo de diretor-adjunto do órgão. A escolha de Moretti não foi consenso na base do governo, pois Moretti teve atuação na Secretaria de Segurança do Distrito Federal ao lado de Anderson Torres, ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL).
Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal durante os atos golpistas de 8 de janeiro, Anderson Torres foi detido por apurações sobre os atos antidemocráticos e cumpre a prisão no 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará (DF), desde que voltou ao Brasil.
Sobre a escolha de Moretti ao cargo de diretor-ajunto, Corrêa defendeu que o profissional havia sido nomeado à secretaria de Segurança do DF antes da gestão de Anderson Torres ter início.
“A questão de ser secretário-executivo de Segurança do DF, ele foi para ser secretário de Cristiano Sampaio, no governo do governador [Rodrigo] Rolemberg. Em outra eleição, saiu outro resultado. O novo secretário e o governador o mantiveram no cargo e ele seguiu trabalhando. O considero um dos mais preparados delegados para qualquer função de inteligência”, concluiu.
Veja como foi a sabatina:
Biografia
Corrêa atuou em diversos setores da PF e, entre 2007 e 2011, nos mandatos de Lula e Dilma Rousseff (PT), ocupou o cargo de diretor-geral do Departamento de Polícia Federal.
No Ministério da Justiça, foi secretário de Segurança Pública e diretor de Segurança nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, realizados no Rio de Janeiro.