Semana Santa em Goiás mescla celebrações presenciais e eventos on-line
Igreja Católica inovou este ano para permitir que fiéis acompanhem os tradicionais eventos, seja presencialmente ou pela internet;
atualizado
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Goiânia – Em meio a uma das fases mais críticas da pandemia, em que todas a regiões do estado estão em calamidade, as tradicionais celebrações da Semana Santa inovaram em Goiás. A programação se divide em transmissões pela internet, com presencialidade de fiéis reduzida drasticamente ou mista (parte presencial e parte on-line).
Na capital, o decreto mais recente para tentar frear a pandemia estabelece lotação máxima de 30% da capacidade de pessoas sentadas. Também determina intervalo mínimo de três horas entre as celebrações, período que deve ser utilizado para higienizar e desinfectar as superfícies e locais de uso comum.
Pelo menos na Catedral Metropolitana de Goiânia, no centro da cidade, os critérios têm sido respeitados. Nos eventos dos últimos dias, houve pouca presença de fiéis. Para aqueles que se arriscaram a sair de casa, na igreja ainda havia a garantia de muito distanciamento entre eles. Os espaços eram segregados por fitas.
Jesus morto
A Sexta-Feira Santa é o único dia em que a igreja não celebra missa. Celebra-se um momento especial junto à cruz. É a chamada Celebração da Paixão. “Lá, nós experimentamos a dor de Jesus, mas, por outro lado, entendemos a sua esperança. Veneramos a cruz nesse dia, mas com a esperança de que ela é sinal de vida eterna”, explica trecho de publicação da arquidiocese.
Na chamada Celebração da Paixão, realizada tradicionalmente às 15 horas da Sexta-Feira Santa (horário estabelecido como aquele em que Cristo teria morrido na cruz), na tarde desta sexta (2/4), o arcebispo metropolitano D. Washington Cruz seguiu o ritual religioso da mesma forma como faz há anos.
Só que, este ano, além do religioso, também há o protocolo sanitário. O arcebispo e sacerdotes usavam máscaras (assim como os fiéis). As mãos eram constantemente higienizadas. As máscaras eram muito raramente retiradas, apenas nos momentos de alguma leitura, em que os religiosos ficavam distantes uns dos outros e dos fiéis.
Nas redes
Quem não compareceu presencialmente à celebração, teve a possibilidade de acompanhar transmissões pelas redes sociais da Arquidiocese de Goiânia. A orientação para as paróquias, aliás, é para que sejam encontrados meios para levar a palavra aos fiéis, independentemente se for presencialmente ou usando ferramentas tecnológicas.
Esta semana, na tradicional bênção para os viajantes, em vídeo, o próprio arcebispo disse que esse não é um momento adequado para sair de casa e viajar. Ele alertou sobre os risco. Aos 74 anos, D. Washington recebeu a primeira dose de vacina no último dia 18 de março, em Goiânia.
No geral, as paróquias da cidade têm usado bastante os meios tecnológicos para transmitir os eventos. Seguem, inclusive, o próprio exemplo do Vaticano. Nesta sexta, o papa Francisco celebrou a via-crúcis pelo segundo ano consecutivo sem a presença de público.
Fogaréu on-line
Pelo interior do estado também não foi diferente. Marca registrada da Semana Santa no estado, a Procissão do Fogaréu este ano não percorreu as ruas de pedra da antiga capital do estado, a cidade de Goiás.
Os organizadores decidiram fazer uma transmissão pela internet no mesmo horário em que os cerca de 40 farricocos saiam à procura de Jesus Cristo com o objetivo de capturá-lo. As figuras mascaradas carregando tochas que representam soldados romanos saíam à zero hora da Quinta-Feira Santa.
Este ano, a única alternativa foi acompanhar o ato pela internet. Foram usadas imagens feitas há anos por um cinegrafista para apaziguar os fiéis de vários cantos do estado e até do Brasil que costumam acompanhar a procissão.
