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Sem vagas, governadores cobram mais repasses para criação de UTIs

Em audiência no Senado, chefes dos Executivos locais cobraram mais investimento na criação de leitos e alertaram para desabastecimentos

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
paciente de covid na UTI do Hospital Santa Bárbara em goiania
1 de 1 paciente de covid na UTI do Hospital Santa Bárbara em goiania - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Em mais uma rodada de críticas, governadores cobraram apoio do governo federal para o combate à pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Nesta quinta-feira (11/3), durante audiência da Comissão Temporária da Covid-19 no Senado, chefes dos Executivos locais pediram mais investimentos na habilitação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTIs) e celeridade na vacinação.

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), pediu que o Ministério da Saúde agilizasse os repasses para a habilitação de leitos e ressaltou que isso faz parte do pacto nacional para combate à pandemia.

“Vários estados já entraram na justiça para garantir esses leitos. O Ministério da Saúde suspendeu esse custeio. Isso é o básico para a população ter o mínimo de atendimento em leitos de enfermaria”, frisou.

Apesar dos reiterados alertas dos governadores, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou, em vídeo, que “o sistema de saúde não colapsou nem vai colapsar”. Para se ter dimensão da crise, em alguns estados a ocupação dos leitos ultrapassa 95%.

Em comum, os governadores reafirmaram as dificuldades no enfrentamento da pandemia e na vacinação. Eles salientaram o momento de colapso no sistema de saúde nos estados.

Vivendo o momento mais crítico da pandemia, o Brasil já registrou 11,2 milhões de adoecimentos, sendo que mais de 270 mil pessoas morreram. Nessa quarta-feira (10/3), o país teve o dia mais letal desde o início da pandemia: 2,3 mil mortes em 24 horas.

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), coordenador do Fórum Nacional de Governadores, afirmou que o governo federal precisa manter a regra do Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19, uma crítica ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que sancionou a lei que permite a venda ao setor privado.

“Essa disputa pode levar a um aumento de preço. Quem tem dinheiro compra, quem não tem, não compra. O caminho adequado é a centralização pelo Sistema Único de Saúde”, ponderou.

Na mesma tendência, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), afirmou que existe um risco real de desabastecimento de remédios usados na intubação de pacientes e até mesmo de oxigênio.

Ele ressaltou a necessidade do apoio do Congresso para haver uma interlocução nacional. “Isso é muito importante para que possamos atravessar esse momento. Essa é uma guerra de todos nós e só vamos vencer se estivermos unidos”, frisou.

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), ressaltou que conseguiu debelar focos regionais com medidas locais, reafirmando a necessidade de uma investida nacional para melhorar o panorama do país.

“Temos uma fila enorme de pessoas aguardando um leito de UTI. Atualmente, temos 18 mil casos ativos de Covid-19”, destacou, ao criticar aglomerações.

O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), foi convidado para a audiência, mas não participou.

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