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Sem vacina, Brasil se aproxima dos 4 mil casos de varíola dos macacos

Importação do imunizante está em análise pela Anvisa. As primeiras 50 mil doses serão aplicadas em profissionais da saúde

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imagem de tubos de ensaio sinalizando resultado positivo para varíola dos macacos
1 de 1 imagem de tubos de ensaio sinalizando resultado positivo para varíola dos macacos - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O Brasil se aproxima dos 4 mil casos confirmados de varíola dos macacos. O último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado na noite de terça-feira (23/8), informa que 3.984 pacientes foram diagnosticados com a doença.

A maior parte dos casos está concentrada no estado de São Paulo: 2.567. Rio de Janeiro vem em seguida, com 472. Minas Gerais está em terceiro lugar no ranking, com 216 registros confirmados e um óbito. O único falecimento constatado no país trata-se de um homem de 41 anos, que tinha diversas comorbidades e enfrentava um câncer. Ele estava internado em Belo Horizonte.

Agora, o governo aguarda permissão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importar 50 mil doses de vacinas e cerca de 500 unidades de antivirais comprados pelo fundo rotatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). A aquisição é viabilizada pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

Na terça, o Ministério da Saúde enviou à Anvisa a solicitação de dispensa de registro para a compra das vacinas. O pedido para aquisição do antiviral tecovirimat ocorreu nesta quarta. O órgão deve analisar o caso ao longo da próxima semana.

O processo só foi possível depois de determinação do órgão regulador – que autorizou, na sexta-feira (19/8), a compra de remédios e vacina contra monkeypox. Os fármacos ainda não são registrados no Brasil, devido ao caráter de urgência.

Quem será vacinado?

Na segunda-feira (22/8), durante lançamento da Campanha Nacional de Prevenção à Varíola dos Macacos, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, explicou que as 50 mil doses serão destinadas a 25 mil pessoas, já que a aplicação é em dose dupla.

Os imunizantes serão aplicados somente em profissionais de saúde que têm contato direto com o vírus.

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Concebida para agir contra a varíola humana, erradicada na década de 1980, a vacina contra a condição também serve para evitar a contaminação pela varíola dos macacos, por serem doenças muito parecidas
Tanto o vírus causador da varíola humana quanto o causador da varíola dos macacos fazem parte da família "ortopoxvírus". A vacina, portanto, utiliza um terceiro vírus desta família, que, além de ser geneticamente próximo aos supracitados, é inofensivo aos humanos e ajuda a combater as doenças, o vírus vaccinia
Homens que fazem sexo com outros homens e as pessoas que tiveram contato próximo com um paciente infectado foram consideradas prioritárias para o recebimento das doses
Atualmente, existem duas vacinas em uso contra a varíola dos macacos no mundo: a Jynneos, fabricada pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, e a ACAM2000, fabricada pela francesa Sanofi
A Jynneos é administrado como duas injeções subcutâneas (0,5 mL) com 28 dias de intervalo. A resposta imune leva 14 dias após a segunda dose
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A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), agência internacional dedicada a melhorar as condições de saúde dos países das Américas, destinou lotes de doses da vacina contra a varíola dos macacos a diversas nações, incluindo o Brasil. Segundo especialistas, o esquema vacinal dos imunizantes é de duas doses com intervalo de cerca de 30 dias entre elas

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Concebida para agir contra a varíola humana, erradicada na década de 1980, a vacina contra a condição também serve para evitar a contaminação pela varíola dos macacos, por serem doenças muito parecidas

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Tanto o vírus causador da varíola humana quanto o causador da varíola dos macacos fazem parte da família "ortopoxvírus". A vacina, portanto, utiliza um terceiro vírus desta família, que, além de ser geneticamente próximo aos supracitados, é inofensivo aos humanos e ajuda a combater as doenças, o vírus vaccinia

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Homens que fazem sexo com outros homens e as pessoas que tiveram contato próximo com um paciente infectado foram consideradas prioritárias para o recebimento das doses

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Atualmente, existem duas vacinas em uso contra a varíola dos macacos no mundo: a Jynneos, fabricada pela farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, e a ACAM2000, fabricada pela francesa Sanofi

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A Jynneos é administrado como duas injeções subcutâneas (0,5 mL) com 28 dias de intervalo. A resposta imune leva 14 dias após a segunda dose

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A ACAM2000 é administrado como uma dose percutânea por meio de técnica de punção múltipla com agulha bifurcada. A resposta imune leva 4 semanas

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A vacinação contra a mpox é uma estratégia indicada tanto para a prevenção e defesa quanto para ensinar o corpo a combater o vírus antes de uma infecção

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Devido ao aumento dos casos em diversos países, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a doença como emergência de saúde pública global

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Entre os sintomas da condição estão: febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas, inchaço nos linfonodos, exaustão e calafrios. Também há bolinhas que aparecem no corpo inteiro (principalmente rosto, mãos e pés) e evoluem, formando crostas, que mais tarde caem

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A transmissão do vírus ocorre, principalmente, por meio do contato com secreções respiratórias, lesões de pele das pessoas infectadas ou objetos que tenham sido usados pelos pacientes. Até aqui, não há confirmação de que ocorra transmissão via sexual, mas a hipótese está sendo levantada pelos cientistas

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O período de incubação do vírus varia de sete a 21 dias, mas os sintomas, que podem ser muito pruriginosos ou dolorosos, geralmente aparecem após 10 dias

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As unidades são produzidas pelo laboratório dinamarquês Bavarian Nordic. A entrega das doses está atrasada: a ideia inicial era de que os imunizantes fossem enviados até o fim de agosto, em duas remessas.

Queiroga ainda afirmou que a entrega deve ficar para o início de setembro, em três etapas.

“A previsão era de que se entregasse no fim do mês de agosto. A Socorro [Gross, representante da Opas] me informou que seria no começo de setembro. Seriam duas remessas, são três agora. Há uma carência desse insumo a nível mundial”, explicou Queiroga.

Além das vacinas, o Ministério da Saúde solicitou à Opas a compra de 10 doses do antiviral tecovirimat para tratamentos imediatos, e mais 50 unidades para casos graves. O órgão também negocia o transporte de mais 12 unidades doadas pelo laboratório produtor, e a compra de mais 504 doses.

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