Sem retorno de ministério, PF pode perder nomeações de 201 concursados
O prazo para o concurso expirar é 5 de junho. Flavio Dino e PF já pediram respostas ao ministério de Esther Dweck sobre o excedente
atualizado
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À espera de uma resposta sobre a viabilidade orçamentária para chamar 201 candidatos excedentes aprovados em concurso público, a Polícia Federal pode perder os cargos. Nessa hipótese, a chance de contratação estaria condicionada à realização de novo certame.
O decreto que possibilitaria o chamamento dos aprovados no último concurso da Polícia Federal ainda não saiu do papel, e o prazo para que eles sejam chamados para o novo curso de formação da Academia Nacional de Polícia termina em 5 de junho. O documento está no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) aguardando a Declaração de Disponibilidade Orçamentária (DDO).
A PF já solicitou o chamamento dos 201 excedentes do concurso de 2021 e aguarda a autorização. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou, em 5 de abril, ter feito o pedido. No entanto, até está quinta-feira (25/5), a autorização não tinha saído.
A necessidade de chamar até 5 de junho ocorre porque, uma vez chamados, os candidatos precisam iniciar o curso de formação de 11 semanas ainda no próximo mês para que a posse aconteça antes de 14 de setembro. Caso contrário, o concurso vai expirar, sem possibilidade de renovação, o que resultará na perda das vagas e da formação de novos delegados, agentes e escrivães.
Prejuízos
Para o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Luciano Leiro, o não chamamento dos aprovados no concurso pode gerar prejuízos, além de aumentar o custo para o processo de aprovação de novos policiais. Segundo o delegado, o curso de formação já está totalmente preparado para receber os futuros policiais federais.
“Atualmente, a PF tem 15 mil cargos criados e apenas 13 mil preenchidos, ou seja, 2 mil cargos vagos. Por isso, perder essa oportunidade será muito ruim para a sociedade e, especialmente, para o combate aos crimes ambientais, já que quase a totalidade desses policiais vão para as fronteiras e para a Amazônia Legal”, afirma Luciano Leiro.
Ao todo, 30 novos delegados federais, 90 agentes e 81 escrivães podem ser incorporados à Polícia Federal, se aprovados pela Academia Nacional de Polícia.
O Metrópoles entrou em contato com o MGI por e-mail para saber da disponibilidade orçamentária, mas não tinha recebido resposta até a última atualização desta matéria. O espaço permanece aberto.