Sem mandado, PMs prendem suspeito de atirar ovos contra bolsonaristas
Prisão ocorreu no sábado, em São Paulo, acompanhada pelo deputado Bartô, apoiador do presidente Jair Bolsonaro
atualizado
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Em vídeo obtido pela Folha de S. Paulo, três policiais militares, sem mandado, prenderam um homem sob suspeita de ter atirado ovos contra bolsonaristas na manifestação de sábado (1º/5) em Belo Horizonte.
A prisão ocorreu dentro da casa do suspeito, o analista de segurança de informação Filipe da Fonseca Cezário, 32 anos, e na presença do deputado estadual Bartô (Novo-MG), apoiador de Bolsonaro.
À Folha, Filipe afirmou que os policiais chegaram à sua porta sem nem mesmo terem tocado o interfone. “Bateram na porta. Eu disse que não abriria. Vi pelo olho mágico que eles foram para outro apartamento. Decidi abrir a porta e chamá-los para entrar, mas avisei para o deputado ficaria do lado de fora.”
No vídeo, é possível ver um PM, identificado como tenente Oliveira, pedindo que Filipe entregasse o celular à namorada, Andreza Francis, 33, enquanto o analista perguntava por qual motivo estava sendo preso. Filipe estava em uma ligação com sua advogada.
Após ele sair com os policiais, Bartô inicia uma discussão com Andreza, em que alega que uma moradora do prédio viu que o suspeito atirava os ovos pela janela de seu apartamento, ao que ela responde: “Tem câmera. Não tem problema”.
No depoimento, Filipe relatou que acompanhava a manifestação de sua janela, e que, quando viu um grupo de pessoas apontando para seu apartamento, gritou “Fora Bolsonaro”. Logo em seguida, os policiais e o deputado apareceram em sua porta.
Filipe foi levado na traseira de um camburão para a Central de Flagrantes, onde prestou depoimento, e foi liberado sete horas depois.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que “foi instaurado um procedimento administrativo para verificar às circunstâncias que ensejaram a prisão em questão”.
Já o deputado Bartô alegou que “apenas acompanhou o trabalho dos policiais militares e as testemunhas com intuito de orientar e dar tranquilidade na ação”.