metropoles.com

Sem maiores explicações, exposição com tema LGBT é cancelada no Pará

Artista Henrique Montagne Figueira foi selecionado pelo edital do Banco da Amazônia. Ele não recebeu valor de R$ 25 mil pelo trabalho

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução/ Instagram
Suaves Brutalidades
1 de 1 Suaves Brutalidades - Foto: Reprodução/ Instagram

A exposição Suaves Brutalidades, de Henrique Montagne Figueira, selecionada por um edital do Banco da Amazônia, foi cancelada quando estava prestes a ser montada. O evento estava previsto para ocorrer na noite desta quinta-feira (13/5), no espaço cultural da instituição, no Pará.

A exposição contém temática LGBT. Segundo o texto de divulgação do projeto, a exposição Suaves Brutalidades “traz à tona o universo afetivo masculino, os prazeres e as violências experienciadas na relação entre homens”.

O projeto de Henrique Montagne foi aprovado no Prêmio Banco da Amazônia de Artes Visuais – Edital de Pautas do Espaço Cultural 2021, no valor de R$ 25 mil para execução.

 

Ver essa foto no Instagram

 

Uma publicação compartilhada por Henrique Montagne Figueira (@henriquemontagne)

À Folha de S. Paulo, o artista afirmou que não recebeu qualquer parcela da verba, e precisou gastar dinheiro próprio para arcar com despesas de curadoria, impressão fine art, assessoria de imprensa, mediação, entre outros, num total de cerca de R$ 14 mil.

“Agora, estou cheio de dívidas, meus cartões de crédito estão todos estourados”, disse o artista.

Segundo Montagne, até o início de maio, tudo parecia correr normalmente. No primeiro dia do mês, o artista postou em seu Instagram uma arte de divulgação da exposição e marcou, na postagem, o perfil do Banco da Amazônia.

Ele explica que, no momento em que marcou a conta do Banco Amazônia em suas postagem, as conversas mudaram de rumo. Segundo o escritório de advocacia que atendeu o artista, não havia classificação indicativa.

A reportagem entrou em contato com o advogado de Montagne, Ivan Borges Sales. De acordo com ele, a notícia do cancelamento da exposição foi dada verbalmente ao artista, dois dias antes do início da montagem da exposição.

Na ocasião, a justificativa dada foi que questões de segurança ligadas à Covid-19 impossibilitariam a exposição. Ainda segundo a defesa, não houve comunicação oficial ou por escrito.

Montagne chegou a enviar um e-mail, além de ter se manifestado na reunião presencial, pedindo para que a exposição fosse remanejada até o fim do período de vigência do edital. Segundo a defesa, não foi dada outra alternativa.

Outros casos

A censura às obras de Montagne reacendeu episódios anteriores que também retiraram do ar exposições com teor LGBT.

O Queermuseu, por exemplo, foi cancelado pelo Santander Cultura, em Porto Alegre, após protestos nas redes sociais.

Já a Bienal do Livro do Rio de Janeiro de 2019 precisou censurar histórias em quadrinhos que continham um beijo gay, por ordem do na época prefeito Marcelo Crivella (Republicanos). A medida causou alvoroço nas redes sociais. O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), chegou a afirmar que a medida era “fato gravíssimo”.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?