Sem isolamento, São Paulo pode ter 277 mil mortes em 6 meses
Previsão é do presidente do Butantan, Dimas Covas. Segundo ele, com prevenção, hospitalizações podem cair de 1,3 milhão para 670 mil
atualizado
Compartilhar notícia
Em coletiva de imprensa ocorrida nesta segunda-feira (06/04), o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, estimou que o estado de São Paulo deve somar 1.300 mortes pela Covid-19 somente até a próxima segunda-feira (13/04). Isto caso as medidas de prevenção e isolamento social implantadas sejam devidamente obedecidas. Caso contrário, esse número pode chegar a 5 mil.
Para os próximos 6 meses, os prognóticos são preocupantes. Com a quarentena, prorrogada pelo governador João Doria até o dia 22 de abril, o número de óbitos estimado é de 111 mil. Sem as prevenções, a estimativa é aterrorizante: 277 mil mortes.
“Se nós não tivéssemos tomado nenhuma medida, nós chegaríamos no dia 13 de abril com quase 5 mil óbitos. Tomamos as medidas e esperamos chegar lá com menos de 1.300 mil óbitos. Isso aqui dá a dimensão da importância das medidas que estão sendo tomadas e que precisam ser respeitadas”, ressaltou Dimas Covas.
Covas apontou que 160 mil óbitos podem ser evitados se as medidas de prevenção forem adotadas. Além disso, com elas cai também o número previsto de hospitalizações, de 1,3 milhão para 670 mil. Quase metade. Quanto às internações em UTI, o número baixaria de 375 mil para 347 mil.
As previsões do presidente do Butantan consideram os seguintes cenários: a pandemia ocorrer em meio à adoção de medidas consideradas medianas de isolamento; e a Covid-19 se espalhar sem que haja qualquer medida de prevenção.
As medidas tão exaltadas por ele englobam distanciamento social, autoisolamento, fechamento de escolas e encerramento de eventos públicos. Com elas, ele ressalta, a diminuição nos casos será efetiva. “Sem nenhuma medida, nós estaríamos lá no dia 13 de abril com quase 150 mil casos no estado de São Paulo. Com as medidas, nós vamos chegar nessa data com cerca de 20 mil a 25 mil casos”, disse.
Depois de reunir-se com 15 médicos do Centro de Contingência da Covid-19, o governador João Doria decidiu prolongar a quarentena no estado para mais 15 dias, até o dia 22 de abril. Eles indicaram ao governante que o contágio alcançou as 100 cidades paulistas e mais de 400 hospitais públicos e privados.