Sem detalhar motivação, atirador de Aracruz disse que sofria bullying
Polícia investiga se há ligação entre atirador e grupos nazistas. Quatro morreram e 13 foram feridos em Aracruz (ES)
atualizado
Compartilhar notícia
O adolescente de 16 anos que cometeu um ataque a tiros em dois colégios do Espírito Santo alegou para a polícia que começou a planejar o atentado após sofrer bullying na escola em 2019. Quatro pessoas morreram e 13 ficaram feridas após a ação do atirador, na última sexta-feira (25/11), em Aracruz, no Espírito Santo. Cinco seguem internados, sendo três em estado grave.
“O adolescente alegou que nunca tinha cometido ato infracional anterior e que durante a vida estudantil teria sofrido bullying de alguns colegas, teriam chamado de apelidos e situações que o incomodaram”, relatou o delegado André Jaretta em coletiva nesta segunda-feira (28/11).
“A partir disso, ele passou a pensar sobre cometer um atentado. Isso em momento algum foi revelado. Ele não falava com terceiros. Foi alimentando esse sentimento de ódio no interior dele”, disse ainda o investigador da Polícia Civil do Espírito Santo.
Investigações iniciais já comprovaram que o adolescente tinha simpatia por ideias nazistas. Ele cometeu o ataque usando um uniforme militar com uma suástica nazista costurada no braço. A polícia não detalhou, mas confirmou que no celular do atirador há evidências relacionadas ao nazismo.
Introspectivo
O perfil do adolescente de 16 anos é descrito como introspectivo. Ele parou de estudar há cerca de seis meses. Estava no primeiro ano do ensino médio. Dos dois colégios escolhidos como alvos do atentado, o jovem já estudou em um deles e votou no outro.
Além disso, de acordo com o delegado André Jaretta, o adolescente fazia tratamento psiquiátrico e psicológico. Os pais disseram que decidiram procurar um especialista quando perceberam que o filho não tinha intimidade com eles e ficava muito calado.
Treino de tiro
O pai do atirador é um tenente da Polícia Militar. As duas armas usadas no crime, uma pistola e um revólver, são do próprio pai, sendo a primeira de propriedade do estado.
A Polícia Civil investiga se o pai treinava tiro com o filho. O atirador disse em depoimento que manuseava as armas quando ficava sozinho em casa.
No entanto, o delegado afirmou que ainda não é possível saber se o adolescente já havia dado um disparo antes do atentado. No celular e computador foi possível ver que o menor pesquisava sobre armas de fogo.