Sem confirmar ministério, Haddad passa a integrar grupo de Economia
Cotado para ser ministro da Fazenda, Haddad chegou em Brasília no último domingo (27/11) com o presidente eleito Lula
atualizado
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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu aval, nesta segunda-feira (28/11), para que Fernando Haddad participe de diálogos com integrantes do grupo econômico da transição de governo.
Haddad esteve durante toda esta segunda em Brasília com o futuro presidente da República. Na sede da transição, também acompanhou Lula em conversas com integrantes do conselho político.
“Passarei a integrar o grupo de economia a partir de amanhã. Não fiz nenhuma reunião com o grupo de economia. Depois que estive na Febrabran, o presidente Lula me pediu que a partir de amanhã eu encontre alguns economistas para me apropriar desses assuntos e poder interagir”, afirmou.
Apesar de sinalizar que terá maior participação na área econômica, Haddad — que é cotado para assumir o Ministério da Fazenda — não confirmou a indicação à pasta e não deu prazos para a definição de um nome.
“Não sei [quando o nome será definido]. Fui convidado para participar das reuniões [do grupo de economia]. A partir de amanhã à tarde vou conversar com o grupo. Não sei quem vai estar aqui. Estou autorizado pelo presidente a interagir com os integrantes do grupo da economia”, disse.
Haddad deve se reunir com os economistas Guilherme Melo e Nelson Barbosa na tarde de terça-feira (29/11). Além disso, o ex-ministro da Educação deve participar de um café da manhã com o economist Gabriel Galípolo.
Febraban
Na última sexta-feira (25/11), Haddad participou de um almoço com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e um grupo de banqueiros na sede da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
A participação do ex-prefeito no evento gerou instabilidade no mercado. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, registrou queda de quase 3% após o discurso de Haddad no evento. O dólar teve alta de 1,8%, aos R$ 5,41.
Nesta segunda, Haddad disse “entender” a reação do mercado, mas afirmou que não foi ao evento como representante do grupo de economia da equipe de transição ou para falar sobre indicações ao Ministério da Fazenda.
“Fui lá na condição de representante do presidente Lula. Não fui na condição de integrante do grupo de economia da transição, com o qual eu vou interagir a partir de amanhã. Como é que eu poderia ir na Febrabran levar uma notócia que eu não tinha? Eu entendo da parte dos operadores de mercado a ansiedade em saber sobre essas negociações, mas eu não era a pessoa indicada para este papel”, afirmou.