Sem atendimento, menino morre em ambulância na porta de hospital
“Mãe, não me deixa morrer”, pediu Kevinn da Silva, de 16 anos, enquanto esperava por 4 horas na porta de hospital. Médicas foram afastadas
atualizado
Compartilhar notícia
Um adolescente de 16 anos morreu, na madrugada deste sábado (30/4), dentro de uma ambulância na porta de um pronto socorro em Vila Velha (ES), após esperar por quatro horas para ser admitido na unidade. O hospital afastou duas médicas que estavam de plantão e registrou boletim de ocorrência por negligência médica.
O adolescente Kevinn Belo Tome da Silva vivia com a família em Cachoeiro de Itapemirim, e começou a passar mal na última segunda-feira (25/4), segundo familiares. Ele chegou a ser internado na cidade interiorana, mas seu estado se agravou ao longo da semana e demandou uma transferência para um local com mais recursos.
Uma tia do menino, Clayde Aparecida Belo da Silva, disse ao G1 local que ele sentia falta de ar e tinha uma infecção. “Sentia dor na parte esquerda do corpo, a respiração muito ofegante, não conseguia levantar, para tirar da cama era difícil. A médica que me atendeu falou ‘Clayde, o Kevinn está tendo uma infecção e nós vamos precisar transferi-lo para ser internado em um hospital”, contou ela.
Em uma ambulância do governo estadual, o adolescente deixou Cachoeiro por volta das 22h30. Ainda segundo a família, ele teve duas paradas cardíacas no caminho. Apesar da gravidade da situação, o menino não foi atendido com urgência ao chegar no Hospital Infantil e Maternidade Alzir Bernardino Alves (Himaba), em Vila Velha (ES).
A ambulância chegou ao local por volta da 0h30 de sábado, e o paciente não foi atendido. “Mãe, não me deixa morrer, eu acho que vou morrer hoje”, teria dito o adolescente para a mãe, segundo relato publicado pelo jornal A Gazeta.
“A instituição considera inadmissível negligência em qualquer atendimento, já que a premissa do hospital é garantir acolhimento e assistência a todos os pacientes”, informou o Himaba, em nota na qual também classificou o episódio como “flagrante negligência médica”.
O hospital informou ainda que registrou um boletim de ocorrência policial.