Sem assumir cargo no Ministério da Saúde, Ricardo Gurgel recebe apoio
Ricardo Gurgel foi nomeado ao posto no PNI em 6 de outubro, mas não assumiu. Infectologista Luana Araújo fez post em solidariedade ao médico
atualizado
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A infectologista Luana Araújo usou as redes sociais para prestar solidariedade a Ricardo Gurgel, coordenador do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que não assumirá o cargo.
Gurgel foi nomeado ao posto no dia 6 de outubro. No entanto, o médico, que é pediatra, não havia assumido o posto até o momento.
Ele afirma que foi ao Ministério da Saúde na quinta-feira (28/10) e soube, por um representante da Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS), que não assumiria o posto.
A médica Luana Araújo publicou uma mensagem de apoio ao colega. Ela também foi cotada para assumir a Secretaria Extraordinária de Anteção à Covid-19 em junho deste ano e chegou a ter o nome anunciado pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
No entanto, durante uma audiência no Senado Federal, Queiroga afirmou que o nome da infectologista não foi aprovado pelo Palácio do Planalto.
“É, senhoras e senhores, parece que temos um padrão e ele é inconcebível. Não confundamos liderança com favorecimento de grupos. E, mais do que isso, guardemos todas estas informações para os próximos meses – e para o resto de nossas vidas. Ao colega Ricardo Gurgel, minha solidariedade”, escreveu Luana.
O Metrópoles procurou o Ministério da Saúde para prestar esclarecimentos sobre o tema, mas ainda não teve retorno. O espaço segue aberto.
Veja o post da doutora Luana:
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Posicionamento
Formado em medicina pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), Gurgel é especializado em Saúde da Criança e do Adolescente. O profissional lecionou pediatria da UFS e atuou como pesquisador do estudo clínico de aprovação da Vacina Tetravalente contra a Dengue do Instituto Butantan.
Gurgel também atua na área de pesquisas sobre a utilização de vacinas em crianças. O pediatra se posiciona de forma contrária à utilização do chamado kit Covid, que conta com medicamentos ineficazes no tratamento da doença.
“Existem evidências científicas que comprovam que eles não funcionam. Então, não é para usar. Pronto”, afirmou, em declaração à imprensa no início do mês.
Sobre a vacinação de crianças e adolescentes contra o coronavírus, Gurgel defende que deve ser realizada apenas após aprovação de imunizantes recomendados para este público.
Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autoriza apenas a vacinação de jovens entre 12 e 17 anos, com o imunizante da Pfizer.
O assunto foi tema de polêmicas nos últimos meses, após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, suspender a orientação de imunizar este público, alegando “desorganização” nas campanhas de estados e municípios.
Após críticas negativas de gestores estaduais, municipais e autoridades de saúde, a vacinação deste grupo foi novamente recomendada pelo Ministério da Saúde.
Coordenação do PNI
A última pessoa a ocupar o cargo foi a enfermeira Francieli Fantinato. Ela pediu demissão em 7 de julho, depois que virou alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado Federal.
Em depoimento prestado à CPI da Covid no dia 8 de julho, a ex-coordenadora do PNI disse que a politização do programa impediu que ela executasse o trabalho da forma apropriada. Fantinato criticou a postura negacionista do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação às vacinas contra a Covid-19.