“Seio torto e dores”, diz outra paciente de médico preso por cárcere
Vanessa Miranda foi operada por Bolívar Guerrero há quase 10 anos. Ela tentava fugir de um histórico de câncer de mama
atualizado
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Rio de Janeiro – Uma das oito pacientes que prestaram depoimento na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Caxias, na Baixada Fluminense, contra o cirurgião plástico Bolívar Guerrero Silva afirmou que seu procedimento médico terminou em sérios problemas de saúde.
Vanessa Miranda, de 41 anos, entrou na Justiça contra o cirurgião em 2019 por conta das fortes dores que sente nos seios após a intervenção realizada por Bolívar. Para se prevenir de um possível câncer, ela resolveu passar por uma mastectomia dupla e colocar silicone.
“Ele cobrava abaixo do valor para os dois procedimentos na época, mas como via ele operando várias artistas, imaginei que não fosse fazer besteira”, conta ao G1.
Segundo Vanessa, o médico nem chegou a olhar os exames de risco cirúrgico e nem fez uma visita após a cirurgia. “Quem tirou o dreno do meu peito foi a secretária dele, e deixou um buraco enorme”, afirma.
Tratamento psicológico
O procedimento de Vanessa com Bolívar foi feito em 2013. Após receber alta, a mulher começou a sentir dores intensas, calor no local, além de vazamento de secreções.
Ao procurar pelo médico, teve um medicamento aplicado para que os buracos fossem fechados e foi chamada de “louca” ao relatar a dor que sentia. “Eu dizia que estava doendo muito, que poderia ter ficado alguma coisa, e ele me chamava de louca. Dizia que só tinha ficado pele e a prótese em mim”, relembra.
Após um ressonância, foi comprovado que ainda restava um pouco da mama e que a prótese estava por cima. “Tentei falar com ele, mas nunca mais me atendeu desde o dia que me chamou de louca. Desde então, vivo com dores, não consigo dormir direito, parei de trabalhar e faço tratamentos psicológicos para lidar com as dores que sinto dia e noite”, completa.
Bolívar foi preso na segunda-feira (18/7), acusado de manter uma paciente em cárcere privado na unidade particular Santa Branca, também em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
