Segundo Datafolha, 50% dizem nunca confiar em declarações de Bolsonaro
Pesquisa mostra que apenas 14% dizem sempre acreditar no que o presidente afirma; quadro desfavorável é o pior da série histórica para ele
atualizado
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Nada menos do que 50% dos brasileiros dizem nunca confiar nas declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Uma parcela de 34% dos entrevistados afirma acreditar às vezes e apenas 14% respondem que sempre confiam no chefe do executivo; 1% não sabe.
Esses são novos dados divulgados pelo jornal Folha de São Paulo a partir de pesquisa feita pelo instituto Datafolha nas últimas terça (11/5) e quarta-feiras (12/5). O instituto fez 2.071 entrevistas de forma presencial em 146 municípios espalhados por todo o Brasil. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
O instituto pesquisou, além da confiabilidade do presidente, a avaliação do governo , a gestão da pandemia, a posição quanto a um provável impeachment e as preferências para a corrida eleitoral do próximo ano. Os quadros, no geral, são desfavoráveis a Bolsonaro.
Caindo
Quanto à taxa de confiança plena, trata-se da menor desde o início da série histórica, em agosto de 2019. No mesmo sentido, a desconfiança total é a maior do período. O comparativo do indicador ao longo do governo reforça o cenário negativo para Bolsonaro. A credibilidade só tem caído.
Na pesquisa feita pelo Datafolha em março, a taxa de brasileiros que diziam nunca confiam nas declarações do presidente estava em 45% (era de 41% em janeiro). Já a parcela dos que dizem sempre acreditar vem em queda: era de 19% em janeiro e de 18% em março. Os que dizem confiar às vezes caíram de 38% para 35%.
A desconfiança quanto às afirmações de Bolsonaro é maior nas regiões Nordeste e Sudeste (onde, respectivamente, 59% e 51% dos entrevistados afirmam nunca confiar nele), enquanto é menor nas regiões Centro-Oeste/Norte e no Sul (com taxas, respectivamente, de 44% e 41% que nunca confiam).
O percentual de crença nas falas é mais elevado entre os que declaram a intenção de votar em Bolsonaro na eleição do ano que vem do que entre os apoiadores de Lula. Embora 46% dos eleitores de Bolsonaro afirmem sempre crer nele, a maioria (51%) responde que só confia no presidente às vezes.
Conforme os números do Datafolha, a tendência de baixa na credibilidade de Bolsonaro se acentuou desde dezembro de 2020. O período coincide com o recrudescimento da pandemia.
O presidente tem se envolvido em polêmicas, com declarações que causaram muitas reações, principalmente após o início da pandemia de Covid-19. Um dos pontos a ser considerado, por exemplo, foi a defesa pública constante da cloroquina no combate ao coronavírus, apesar de não haver confirmação científica da eficácia dela. Em alguns momentos, Bolsonaro também chegou a questionar a importância de vacinas.