Secretário sobre tiros em agenda de Tarcísio: “Nenhuma hipótese afastada”
General Campos diz que é prematuro falar em atentado e ainda que tudo indica que os criminosos ficaram “incomodados” com a presença da PM
atualizado
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São Paulo – O secretário da Segurança Pública de São Paulo, general João Camilo Pires de Campos, afirmou, em coletiva de imprensa, na tarde desta segunda-feira (17/10), que não descarta qualquer hipótese sobre o tiroteio ocorrido em Paraisópolis, zona sul da capital. Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo paulista, estava no local nesta manhã em evento de campanha.
O general explicou que a presença de policiais para garantir a segurança do candidato dos Republicanos “incomodou” os criminosos da região, que iniciaram o tiroteio. “Nenhuma hipótese é afastada. Contudo, houve, sim, um ruído com a presença policial naquela área, e o tiroteio ocorreu a 150 metros de onde estava o candidato”, disse Campos.
Indagado sobre a possibilidade de o caso ser investigado como atentado, o chefe da Segurança estadual respondeu: “Nenhuma hipótese é afastada; contudo, com os dados que nós temos até agora, eu não considero esse fato que vá ao encontro do que o próprio candidato comentou [atentado]. Talvez, ruído com a presença policial; talvez, intimidação”.
De acordo com o secretário, as providências tomadas foram corretas. “Ou seja, a interrupção do evento e a retirada da equipe para preservar a segurança de todos. Faremos uma investigação plena e absoluta para verificar a motivação e dinâmica (do tiroteio)”, pontuou.
Um homem foi morto durante o tiroteio. Segundo a polícia, o rapaz foi identificado como Felipe Silva de Lima, de 27 anos, e tinha passagens por roubo. Ele chegou a ser levado para o Hospital Campo Limpo, mas não resistiu aos ferimentos.
A comunidade de Paraisópolis é considerada a segunda maior comunidade de São Paulo, perdendo apenas para Heliópolis. A região contabiliza mais de 100 mil habitantes e 21 mil domicílios, em uma área de 10 km² na zona sul. A comunidade protagonizou um caso de grande repercussão em 2019, quando nove pessoas morreram pisoteadas em um baile funk após ação da PM.
Veja o vídeo:
Tarcísio participava da inauguração do primeiro Polo Universitário de Paraisópolis, fruto de parceria entre o Centro Universitário Ítalo-Brasileiro e a Casa Belezinha Brasil.
O candidato estava no terceiro andar do prédio. Imagens recebidas pela reportagem mostram profissionais que trabalham na campanha de Tarcísio abaixados, assim como o próprio ex-ministro. Não há feridos entre funcionários da equipe e jornalistas que acompanhavam o candidato.
“O que ficou claro é o seguinte: o tiroteio ocorreu próximo ao local que estava o candidato. O candidato se abrigou, é claro, essa é a conduta correta. Imediatamente a polícia ostensiva, que estava muito próxima ao local, chegou, e os primeiros confrontos ocorreram. O primeiro confronto, na nossa opinião, ocorreu não com a equipe da segurança, mas sim os policiais”, afirmou Campos.
“Atacado por criminosos”
O ex-ministro afirmou, logo após o tiroteio, pelas redes sociais, que foi “atacado por criminosos” e que um dos suspeitos foi baleado.
“Em primeiro lugar, estamos todos bem. Durante visita ao 1º Polo Universitário de Paraisópolis, fomos atacados por criminosos. Nossa equipe de segurança foi reforçada rapidamente com atuação brilhante da polícia”, escreveu o candidato ao governo de SP.
Bolsonaro adota cautela
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o tiroteio acende um sinal de alerta para a equipe de segurança do aliado. Minutos após a confirmação da ocorrência, Bolsonaro adotou tom cauteloso ao comentar o caso, em entrevista a jornalistas no Palácio da Alvorada: “Tudo é preliminar e não quero me antecipar. Se foi uma ação contra a equipe dele, se foi uma ação isolada, se algum conflito já estava havendo na região… Seria prematuro eu falar sobre isso”.
Na sequência, o mandatário mencionou outro episódio ocorrido com a primeira-dama Michelle Bolsonaro e a senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF), em Fortaleza (CE). Um homem atirou contra o muro de uma igreja evangélica uma hora antes de o local receber um evento de campanha com as duas.
“O que eu sei é que, há poucos dias, houve uma ação de dois tiros onde a primeira-dama se faria presente. O elemento foi preso, detido, confessou ser do Comando Vermelho, e relatou que os dois tiros foram para intimidar e evitar que muita gente comparecesse a esse evento da primeira-dama com a senhora Damares”, narrou o chefe do Executivo federal.
