Secretário de Dino diz que não se pode demonizar a polícia da Bahia
Estado registrou altos índices de assassinatos e mortes em ações policiais. Secretário Tadeu Alencar diz que culpa não é dos governos
atualizado
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O secretário Nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar (PSB), avaliou que os altos índices de mortes violentas na Bahia, incluindo mortes em ações policiais, não são resultado de erros de governos, mas de um problema geral do Brasil com as facções criminosas. A Bahia é governada pelo PT há mais de 15 anos.
Alencar ainda defendeu que a polícia do estado não pode ser demonizada e que não há diretriz para o aumento da letalidade policial.
“Temos que ter muito equilíbrio para não demonizar de maneira genérica a ação da polícia e, ao mesmo tempo, saber que é uma atividade que deve ser controlada e estar permanentemente sob supervisão”, disse o secretário em entrevista ao Metrópoles.
Veja a entrevista completa aqui.
Segundo dados mais recentes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a polícia da Bahia teve a segunda maior taxa de mortes pela polícia em 2022, na frente do Rio de Janeiro e abaixo apenas do Amapá.
Além disso, a Bahia registrou 6.659 mortes violentas intencionais no ano passado, liderando o ranking nacional. As mortes violentas intencionais são a soma de soma de homicídios (incluindo mortes de policiais e em ações da polícia), feminicídios, lesão corporal seguida de morte e latrocínio.
Secretário evita detalhes
Tadeu Alencar evitou detalhar problemas específicos que pudessem explicar a alta criminalidade no estado baiano.
“Eu acho que o problema da Bahia é um problema do Brasil, porque parte do problema da Bahia é em decorrência da expansão da ação criminosa das facções. Não é por causa da inoperância de governos, isso ou aquilo. São problemas estruturais da criminalidade violenta do Brasil, que ora aparece na Bahia, ora aparece no Rio de Janeiro e pode aparecer em outros estados”, defendeu o secretário.
A Secretaria Nacional de Segurança Pública é vinculada ao Ministério da Justiça, comandada por Flávio Dino. A pasta enviou equipes da Polícia Federal (PF) para o estado. Neste mês, o agente da PF Lucas Caribé, de 42 anos, foi assassinado e mais de 50 suspeitos foram mortos em ações policiais.
Questionamento
Os dados que mostram o aumento da violência na Bahia chegaram a ser questionados pelo ex-governador da Bahia e ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Em entrevista para a Globo News, ele disse que não reconhecia os parâmetros de comparação e os dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Ao Metrópoles, o ministro da Justiça Flávio Dino (PSB) disse que a pesquisa é válida e, inclusive, usada pela equipe técnica do ministério.