Secretária LGBTQIA+: “Meninos e meninas podem vestir rosa, azul, branco”
Declaração foi uma resposta à ex-ministra Damares Alves, que causou polêmica ao dizer que “menino veste azul e menina veste rosa”
atualizado
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Em sua primeira declaração pública como secretária de Promoção e Defesa das Pessoas LGBTQIA+, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Symmy Larrat disse nesta sexta-feira (20/1) que, na nova gestão da pasta, “meninos, meninas e ‘menines’ podem vestir rosa, azul, branco” e todas as cores que desejarem.
O discurso foi uma resposta à ex-ministra e senadora eleita pelo DF Damares Alves, do então Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Em um vídeo polêmico, Damares afirmou que “menino veste azul e menina veste rosa”. Ao assumir a pasta, a aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) destacou que “uma nova era” começava.
“Nessa gestão, sobretudo neste ministério, meninos, meninas e ‘menines’ podem vestir rosa, azul, branco, amarelo, lilás, arco-íris… Agora, tá liberado”, disse a secretária.
A declaração foi dada durante o 1° Encontro de LGBT+ Eleites, que ocorreu em Brasília. Por ocasião do mês da visibilidade trans, o evento discutiu a participação de pessoas transexuais e travestis na política.
Na conversa, Larrat destacou os desafios urgentes para a população LGBTQIA+, como o resgate de instrumentos de saúde, a construção de ferramentas de segurança para garantir o cumprimento da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que criminalizou a homotransfobia e a criação de uma política nacional específica para o grupo.
O evento contou com a participação das primeiras travestis eleitas para a Câmara dos Deputados, Erika Hilton (Psol-SP) e Duda Salabert (PDT-MG); e parlamentares eleitas para assembléias estaduais, Dani Balbi (PCdoB-RJ), Carolina Iara (Psol-SP) e Linda Brasil (Psol-SE). Representando ministérios, além de Symmy, estavam a assessora especial do Ministério da Justiça e Segurança Pública Sheila de Carvalho e a secretária executiva do Ministério da Igualdade Racial, Roberta Eugênio.