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Secretaria de Saúde do Rio confirma Carnaval em Paquetá para setembro

Evento será em espaço controlado, no Parque Darke de Mattos, para 600 participantes vacinados e acompanhados por equipes de pesquisa

atualizado

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Coleta de sangue Paquetá Conceição Campos, diretora
1 de 1 Coleta de sangue Paquetá Conceição Campos, diretora - Foto: Divulgação/Morena

Rio de Janeiro – A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) do Rio confirmou ao Metrópoles que vai realizar um Carnaval fora de época como evento-teste do experimento de vacinação em massa iniciado nesta quinta-feira (17/6) na Ilha de Paquetá, na Baía de Guanabara. A folia, que ainda não tem seu planejamento concluído, deverá ocorrer em meados de setembro, 14 dias após todos os moradores adultos da ilha terem tomado a segunda dose da vacina contra a Covid-19.

“Será um evento em espaço controlado, no Parque Darke de Mattos, fechado para 600 participantes, obrigatoriamente todos eles vacinados e acompanhados pelas equipes de saúde e da pesquisa ‘PaqueTá Vacinada'”, diz o texto da SMS. “Todos eles (os participantes) estarão sendo monitorados, antes e depois do evento, conforme cronograma e metodologia do projeto”, completa a pasta.

A ideia de um evento com nos moldes de um Carnaval, no entanto, causa preocupação entre os residentes da cidade. “Falar em Carnaval fora de época é duplamente fora de época, ainda mais na fase em que estamos da pesquisa. É uma bobagem isso. É preciso passar as etapas de coleta, de vacinação e da segunda dose. Depois do prazo de segunda dose, podemos discutir evento-teste. É preciso respeitar o tempo de maturação da pesquisa. Ele [o prefeito Eduardo Paes] está colocando o carro na frente dos bois”, avaliou o diretor-geral da Associação de Moradores de Paquetá (Morena), Guto Pires, em entrevista ao Metrópoles.

 

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Lúcia Abreu lembra que agora a hora é de vacinar e não de Carnaval em Paquetá
Início do experimento de vacinação em massa na ilha de Paqueta, no Rio de Janeiro
Um novo lote de 100 mil vacinas chega ao estado do RJ
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Antônio Carlos, 74 anos, espera que, com a ação, turistas voltem à ilha, e que o vírus vá embora

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Lúcia Abreu lembra que agora a hora é de vacinar e não de Carnaval em Paquetá

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Início do experimento de vacinação em massa na ilha de Paqueta, no Rio de Janeiro

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Um novo lote de 100 mil vacinas chega ao estado do RJ

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Para a moradora Lucia Abreu, 63 anos, o estudo é fantástico, mas a ideia de Carnaval é inadequada. “O benefício (do estudo) não é só para ilha, mas para cidade e até para o país. Já recebi as duas doses. Mas não dá pra ter essa história de Carnaval. Esse anúncio do prefeito bateu muito mal. Precisa ser um evento restrito aos moradores”, alertou, completando: “Vacina sim, Carnaval não”, avalia.

A pesquisa
Nesta quinta-feira (17/6), as equipes de saúde e de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) iniciaram a coleta de sangue dos moradores da ilha, local escolhido para o estudo epidemiológico semelhante ao realizado em Serrana, no interior de São Paulo. A ação foi acompanhada com exclusividade pelo Metrópoles. A escolha por Paquetá se deve ao fato de o acesso à ilha ser feito exclusivamente pelas barcas e por ter apenas uma unidade de saúde, facilitando o acompanhamento.

No estudo de Serrana foi possível constatar que, após atingir o percentual de 75% da população vacinada, o município, de 45 mil habitantes, apresentou uma redução significativa na identificação de novos casos de Covid-19 e no número de óbitos relacionados à doença.

Paquetá tem uma população de 4.180 moradores, dos quais 3.530 têm acima de 18 anos, de acordo com a relação de cadastrados na Estratégia Saúde da Família. A coleta de sangue será feita também nesta sexta-feira (18/6) e no sábado (19/6). A imunização dos moradores será feita no domingo (20/6).

Ao todo, cerca de 3 mil moradores passarão pela coleta de sangue (ainda não há balanço de quantas amostras foram coletadas nesta quinta-feira) para exame sorológico no CMS Manoel Arthur Villaboim, com o objetivo de estabelecer análise comparativa de presença de anticorpos com os momentos antes e após a vacinação. Essa etapa de inquérito epidemiológico é importante para o estudo dos resultados e impactos da vacinação em massa.

O monitoramento pela análise sanguínea continuará na sexta (18) e sábado (19), além da realização de testes rápidos para Covid-19 em crianças e adolescentes, o que permitirá aos pais e responsáveis saber se os menores já tiveram contato com o vírus. Nos meses subsequentes, continuará a ser feito o monitoramento dos moradores.

A ação de vacinação propriamente dita será no domingo, dia 20, e acontecerá em quatro pontos da ilha, para facilitar o acesso dos moradores e evitar aglomerações: CMS Manoel Arthur Villaboim, Parque Darke de Mattos, Paquetá Iate Clube e Casa de Artes Paquetá. Apenas a população residente será vacinada na ação, conforme os cadastros da Estratégia Saúde da Família e os feitos durante a última semana, sendo vetada a participação de turistas que tenham ido passar o domingo na ilha.

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