Secretaria de Habitação atuava na desocupação do edifício destruído
Representantes do governo municipal estavam em tratativa com lideranças para esvaziar o prédio
atualizado
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A Secretaria Municipal de Habitação atuava na ocupação do edifício atingido por incêndio e desabamento na madrugada desta terça-feira (1º/5), em São Paulo, por meio do grupo de Mediação de Conflitos.
A reintegração de posse do local, movida pela Secretaria de Patrimônio da União, já era prevista. Uma vez desocupado, o imóvel seria cedido à prefeitura. Entre fevereiro e abril, a Secretaria de Habitação teria feito seis reuniões com as lideranças da ocupação para esclarecer a necessidade de esvaziar o prédio, por conta do risco e da ação judicial.
O edifício de 24 andares desabou durante um incêndio de grandes proporções no Largo do Paissandu, no centro de SP. Outro imóvel e uma igreja também foram afetados. No dia 10 de março, a secretaria cadastrou cerca de 150 famílias, com 400 pessoas, ocupantes do prédio. Desse total, 25% são famílias estrangeiras. Esse cadastro foi realizado para identificar a quantidade de famílias, o grau de vulnerabilidade social e a necessidade de encaminhamento das famílias à rede socioassistencial.Segundo o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará, os moradores estão recebendo alimentação e água e serão encaminhados a centro de acolhida na Barra Funda, zona oeste da cidade. De lá, serão redistribuídos para outros espaços da cidade. “Estamos cadastrando as pessoas que nos buscam e pessoas também que nós fomos atrás”. Ele garantiu que “todo o suporte será dado”.
Uma força-tarefa de engenheiros e técnicos da Defesa Civil está no local para avaliar os danos causados aos imóveis vizinhos ao prédio que desabou. A CET organiza os bloqueios de trânsito na região. Às 16h, a companhia informará o esquema de interdição que funcionará a partir de quarta-feira (2/5).
A Secretaria Municipal de Habitação criou em 2017 um Núcleo de Mediação de Conflitos que monitora 206 ocupações em toda a cidade com cerca de 46 mil famílias. Desse total, 25% da atuação do grupo ocorre em ocupações na região central, com 3 500 famílias. Para essas ocupações, o grupo atua no sentido de buscar uma solução conciliada com a desocupação voluntária e sem confronto.
A Prefeitura de São Paulo estima em cerca de 70 prédios ocupados na região central com aproximadamente 4 mil famílias. Trata-se de uma estimativa uma vez que em sua maioria são prédios particulares. Nesses casos, cabe ao proprietário ações junto à justiça e às lideranças da ocupação.