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SC: acidente com ácido pode causar danos permanentes ao meio ambiente

Caminhão que carregava ácido sulfônico tombou na SC-418 na última segunda-feira (29/1), e o produto escorreu para o Rio Seco, em Joinville

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Polícia Militar Ambiental de SC
Foto colorida de vazamento de ácido sulfônico em Joinville - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de vazamento de ácido sulfônico em Joinville - Metrópoles - Foto: Polícia Militar Ambiental de SC

Um incidente grave impactou a população de Joinville, município de Santa Catarina, na última segunda-feira (29/1), com o vazamento de ácido sulfônico no Rio Seco. Segundo especialistas ouvidos pelo Metrópoles, a substância tóxica pode causar danos à saúde humana e destruição permanente ao meio ambiente.

Um caminhão que carregava o produto químico tombou e pegou fogo no início da semana. O ácido escorreu e chegou ao Rio Seco, que deságua no Rio Cubatão, formando uma espuma branca. Em decorrência do incidente, o abastecimento de água foi cortado para 75% da cidade.

“O efeito para a vida aquática no rio é devastador naquelas primeiras horas, naquele primeiro contato, quando a substância está mais concentrada”, destaca Rodrigo Mohedano, biólogo ambiental e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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Peixes morrem após a contaminação de rio em Joinville
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Incidente afetou o Rio Seco, que deságua no Rio Cubatão

Polícia Militar Ambiental de Santa Catarina
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Peixes morrem após a contaminação de rio em Joinville

PM Ambiental/Divulgação
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Poliana Rodrigues/Reprodução

O professor da UFSC explica que a vida aquática pode ser completamente afetada após o contato com o ácido. Alguns animais, por exemplo, podem perder a capacidade de sobrevivência naquele ambiente. “Espécies sensíveis podem simplesmente sumir daquele ambiente, demorando para retornar, e outras mais resistentes podem ter mais resiliência.”

Carlos Augusto Arentz Pereira, professor do departamento de engenharia sanitária e do meio ambiente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), afirma que o ácido tem uma baixa persistência no ambiente, o que favorece a absorção na água.

“O ácido sulfônico 90% apresenta uma taxa de biodegradação de 92% em cinco dias, ou seja, quando lançado ao meio ambiente, a maior parcela dele é consumida em pouco tempo, sendo assim considerado rapidamente degradável”, detalha Pereira.

O Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) multou a transportadora Inlog em R$ 3,3 milhões por poluição ambiental após o incidente em Joinville.

O IMA informou, em nota, que técnicos seguem na limpeza da área impactada. O órgão pede para a população evitar contato direto com a água e a vegetação da região, uma vez que existe a possibilidade de novos vazamentos do químico.

O que é ácido sulfônico

Os ácidos sulfônicos são normalmente utilizados na fabricação de xampus, detergentes e cremes dentais. “São utilizadas como surfactantes, elas têm a função de dissolver gorduras”, esclarece Rodrigo Mohedano.

O professor da UFSC reforça que, em alta concentração, o ácido sulfônico pode causar danos à saúde, como queimaduras na pele, irritação nos olhos e danos fisiológicos. Ele acrescenta que, com o passar do tempo e a diluição da substância na água, o risco vai baixando.

“O Brasil tem normas e segue rígidos padrões internacionais quanto à segurança do transporte de produtos químicos. Resta uma investigação das circunstâncias que levaram a esta ocorrência, para a necessária apuração de responsabilidades, mas principalmente verificação e aprimoramento dos procedimentos que estão sendo usados na logística destes produtos pelos envolvidos”, complementa o professor da UERJ.

Desabastecimento

Na segunda-feira, 75% da cidade registrou desabastecimento de água após o vazamento de ácido sulfônico no Rio Seco. O episódio afetou a Estação de Tratamento de Água (ETA) do Rio Cubatão, que atende 34 dos 43 bairros de Joinville.

A Prefeitura de Joinville informou que o abastecimento da cidade foi totalmente normalizado na manhã dessa quinta-feira (1º/2). O governo municipal garantiu que a água é considerada potável para o consumo.

A Polícia Civil de Santa Catarina investiga o caso.

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