metropoles.com

Saúde tem “apagão” de dados sobre custeio dos leitos de UTI

A mais recente atualização ocorreu em 24 de dezembro de 2020. O período sem dados coincide com o aumento de casos e a busca por mais vagas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
HUGO BARRETO/METRÓPOLES
UTI
1 de 1 UTI - Foto: HUGO BARRETO/METRÓPOLES

A escalada de internações por casos graves da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, levou estados e municípios a um caos no sistema de saúde. A falta de leitos de unidade de terapia intensiva (UTIs) fez com que gestores buscassem na Justiça mais recursos do Ministério da Saúde.

Enquanto a situação se agrava, um espécie de “blecaute” afeta a transparência dos dados relacionados à habilitação de leitos.

O governo federal mantém no Localiza SUS, plataforma de prestação de contas ligadas à pandemia, informações que indicam quanto foi gasto em dinheiro e o volume de leitos criados para a emergência sanitária. Contudo, desde dezembro os dados não são atualizadas.

A mais recente atualização ocorreu em 24 de dezembro de 2020. O período de apagão das informações coincide com o aumento de casos e a busca por mais leitos.

Para se ter dimensão da gravidade da situação, os governadores do Rio Grande do Sul, de São Paulo, da Bahia, do Maranhão e do Piauí acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar o governo federal a voltar a custear leitos de UTI destinados a pacientes com Covid-19.

Desde o início da pandemia, o Executivo federal habilitou 19,5 mil leitos de UTI. O custo total de manutenção foi R$ 2,7 bilhões no período. Esses são os dados mais recentes.

“Atualização vital”

Especialistas dizem que a falha na prestação de contas é empecilho grave para o acompanhamento da situação e das ações necessárias para o controle da pandemia.

“Não bastasse o absurdo aumento nos casos de infecção e morte em decorrência do coronavírus, ainda somos submetidos a uma estranha falta de transparência e de atualização de informações vitais para a sociedade, por parte do Ministério da Saúde, que parece não ter encontrado o passo certo dessa dança da morte”, critica Lúcio Big, diretor do Instituto Observatório Político e Socioambiental.

Ele acrescenta: “Quase dois meses e meio sem atualização de dados é uma eternidade para um mundo tão conectado quanto esse, além de ser um atestado de incapacidade operacional de um ministério tão importante quanto o da Saúde”, salienta.

O processo

Para serem habilitados, estados e municípios devem enviar um ofício ao Ministério da Saúde com a solicitação. Os critérios são objetivos pois têm o intuito de dar celeridade e legalidade ao processo e garantir o recurso necessário o mais rápido possível.

Entre os aspectos observados nas solicitações de habilitação, estão a curva epidemiológica do coronavírus na região — os leitos devem estar com a ocupação superior a 50% –, a estrutura para manutenção e funcionamento da unidade intensiva e o corpo clínico para atuação em UTI.

12 imagens
1 de 12

Moises Dias/Metrópoles
2 de 12

Moises Dias/Metrópoles
3 de 12

Moises Dias/Metrópoles
4 de 12

Moises Dias/Metrópoles
5 de 12

Moises Dias/Metrópoles
6 de 12

Moises Dias/Metrópoles
7 de 12

Moises Dias/Metrópoles
8 de 12

Moises Dias/Metrópoles
9 de 12

Moises Dias/Metrópoles
10 de 12

Moises Dias/Metrópoles
11 de 12

Moises Dias/Metrópoles
12 de 12

Moises Dias/Metrópoles

O recursos são pagos em parcela única a estados e municípios para que os gestores locais façam o custeio das unidades intensivas por 90 dias – ou enquanto houver necessidade, em decorrência da pandemia. Ao todo, 21 estados já receberam a ajuda.

Cada estrutura para Covid-19 custa diariamente o dobro do valor habitual para leitos de UTI, passando de R$ 800 para R$ 1.600. Os gestores dos estados e municípios recebem o valor antes mesmo que os locais sejam ocupados.

Versão oficial

Durante três dias o Metrópoles questionou o Ministério da Saúde sobre a falha na prestação de contas e o que motivou a interrupção na divulgação dos dados.

A pasta não comentou o assunto até a última atualização desta reportagem. O espaço continua aberto a esclarecimentos posteriores.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?