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Saúde soube de escassez de respiradores no AM um mês antes de colapso

Governo federal enviou 130 equipamentos ao estado somente em dezembro. Até então, demanda jamais tinha sido tão grande

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CPI COVID SENADO FEDERAL ex ministr pazuello
1 de 1 CPI COVID SENADO FEDERAL ex ministr pazuello - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Ministério da Saúde soube de uma necessidade maior por respiradores no Amazonas ao menos um mês antes de o estado entrar em colapso, revelam documentos entregues à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19.

O portal UOL Notícias revela que o governo do Amazonas solicitou 218 respiradores dentro de um espaço de apenas 16 dias.

Um dos pedidos ocorreu em 18 de dezembro de 2020. Na ocasião, o estado pediu 140 respiradores pulmonares ao governo federal. Já no dia 2 de janeiro, foram pleiteados mais 78 equipamentos. O ápice da crise do oxigênio no estado ocorreu entre os dias 14 e 15 de janeiro.

O Metrópoles fez um levantamento da quantidade de respiradores enviados ao Amazonas na pandemia. A planilha também foi enviada à CPI da Covid-19.

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A capital do Amazonas sofreu com a falta de oxigênio em janeiro
A capital do Amazonas sofreu com a falta de oxigênio em janeiro
A capital do Amazonas sofreu com a falta de cilindros de oxigênio
Em Manaus, familiares de pacientes com Covid-19 fizeram filas enormes para reabastecer cilindros de oxigênio, no Carboxi Gases
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Erlon Rodrigues/PC-AM

Os dados mostram que o governo federal enviou 130 equipamentos ao estado somente em dezembro. O número é mais de quatro vezes que o enviado em novembro. Até então, foi a maior remessa para um mês.

Esse recorde foi quebrado logo no mês seguinte. Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde enviou 164 respiradores pulmonares ao Amazonas.

Esses números mostram que a crise já se desenhava. O então ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) — além de outras cinco autoridades públicas — por improbidade administrativa.

A Procuradoria da República do Amazonas entende que Pazuello esperou as mortes por falta de oxigênio ocorrerem para agir no estado.

Segundo o MPF, a fila de pacientes com Covid-19 à espera de leitos de UTI começou a se formar em 5 de janeiro.

Na época, as curvas de contaminação, hospitalização e óbitos estavam em aclive. Ou seja, já se esperava o agravamento da situação nos dias seguintes, com possível pico entre 14 e 15 de janeiro.

Os governos federal e estadual, no entanto, teriam ficado inertes. Eles não determinaram de imediato a elaboração de plano para transferência dos pacientes excedentes de Manaus a outros estados — o que só ocorreu em 15 de janeiro, após as mortes por falta de oxigênio.

Além disso, como revelou o Metrópoles, a Prefeitura Municipal de Manaus já havia relatado ao governo federal, em dezembro de 2020, uma situação “que demanda o emprego urgente de medidas de prevenção” para evitar, à época, o agravamento da pandemia.

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