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“Sistema de saúde do Haiti está à beira do colapso”, diz Unicef

Alerta do Unicef enfatiza incapacidade de atendimento às necessidades da população; Haiti tem 60% dos hospitais pouco operacionais

atualizado

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Imagem de uma ambulância que sofreu ataque Haiti - Metrópoles
1 de 1 Imagem de uma ambulância que sofreu ataque Haiti - Metrópoles - Foto: Ocha/Giles Clarke

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou sobre o iminente colapso do sistema de saúde haitiano descrevendo como “alarmante que seis em cada 10 hospitais no Haiti mal estejam operacionais.”

Em nota emitida nesta quarta-feira (22/5) em Nova York, a agência explica que a recente escalada da violência na capital, Porto Príncipe, impede o acesso de crianças a suprimentos essenciais de saúde e medicamentos.

Compra e manutenção

A nota do Unicef enfatiza que todos os hospitais relataram desafios para comprar e manter reservas de suprimentos médicos. Voos de carga internacionais e domésticos retomaram recentemente, mas a capacidade de entrega é limitada.

A prestação de serviços de saúde também é afetada por um processo marcado por “um atraso significativo, assim como os principais portos marítimos, que anteriormente estavam nas mãos de grupos armados.”

Para o representante do Unicef no Haiti, Bruno Maes, o sistema de saúde “está à beira do colapso”.

O representante aponta uma “combinação de violência, deslocamento em massa, epidemias perigosas e crescente desnutrição que distorceu o sistema de saúde do Haiti”. A série de dificuldades é agravada por barreiras nas cadeias de abastecimento.

Paralisação no Haiti devido à violência

Com a violência os suprimentos têm sido retidos ou saqueados, assim como muitos armazéns e farmácias. Centenas de containers carregados com artigos humanitários neonatais, maternos e médicos ficam guardados.

A capital é o principal centro logístico do país e normalmente recebe e despacha as remessas de importações de produtos de saúde. A paralisação devido à violência ocorre num momento em que 160 mil pessoas vivem como deslocadas.

As necessidades da população não podem ser atendidas e os pacientes estão expostos a traumas físicos e ao risco de contrair doenças. Nos últimos seis meses até abril, o país notificou 82 mil casos suspeitos de cólera.

Cerca de 4,4 milhões de cidadãos precisam de auxílio alimentar urgente, sendo que 1,6 milhão enfrentam níveis de emergência de insegurança alimentar aguda. A situação agrava o risco de desnutrição, principalmente a infantil.

Escalada da crise

Outra questão afetando o país são famílias abandonando os lares em busca de segurança, especialmente no sul.

Este segmento da população exerce uma “pressão adicional sobre os serviços de saúde locais, que mal conseguiam dar resposta à procura antes da mais recente escalada da crise” destaca a agência das Nações Unidas.

Diante da demanda pelos serviços médicos, a nação conta com menos 40% dos funcionários do setor comparados ao início da crise. Eles abandonaram o país devido aos níveis extremos de insegurança.

Confira outras reportagens como essa em ONU News, parceiro do Metrópoles.

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