Saúde cobra que estados obedeçam às etapas da vacinação contra a Covid-19
Alterações no calendário de imunização podem fazer com que, em algumas cidades, faltem doses para continuar campanha
atualizado
Compartilhar notícia
Com disparidades na vacinação contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o Ministério da Saúde cobrou os secretários estaduais da área que sigam as recomendações de público prioritário.
No ofício, obtido pelo Metrópoles, a pasta ressalta que o calendário a ser seguido deve priorizar os profissionais da saúde, as populações de maior vulnerabilidade e, no futuro, trabalhadores dos serviços essenciais.
O documento, assinado por Arnaldo Correia de Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde, foi enviado aos estados e aos conselhos Nacional de Secretários de Saúde (Conass), de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) na segunda-feira (8/2).
“É importante ressaltar que a priorização de grupos populacionais para a vacinação foi necessária diante do contexto de não disponibilidade imediata de vacina para todos os grupos suscetíveis à doença”, destaca trecho do documento.
Os grupos que possuem maior risco para agravamento e óbito pela Covid-19 são de idosos e de portadores de determinadas comorbidades e imunodeficiências, com destaque para pessoas com mais de 60 anos.
“O PNI reforça a necessidade das UFs seguirem as recomendações definidas nos informes e notas técnicas, no que diz respeito aos grupos prioritários, cronogramas e as etapas da Campanha Nacional da vacinação contra Covid-19“, frisa Arnaldo.
Alerta
O secretário ainda faz um alerta: “Para estados e municípios que venham a alterar a ordem de priorização dos grupos para vacinação, cabe informar que o Ministério da Saúde não poderá dispor de quantitativos extras de doses da vacina Covid-19, tendo em vista os cronogramas de entregas dos laboratórios produtores, assumindo-se assim os riscos de eventuais faltas de vacina para os respectivos grupos”.
A disponibilidade de vacinas ainda não tem cronograma regular, admite o governo federal. “Desta forma, está sendo utilizada a estratégia de etapas dos grupos prioritários com base na quantidade de doses entregues pelos laboratórios produtores”, pontua Arnaldo.
No Rio de Janeiro, por exemplo, Niterói e São Gonçalo suspenderam a vacinação por falta de doses.
STF cobra calendário
Na segunda-feira (8/2), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski deu prazo de cinco dias para que o governo federal divulgue, “com base em critérios técnico-científicos”, a ordem de preferência entre os grupos prioritários para a vacinação.
O ministro também pede para que seja especificada, “com clareza, dentro dos respectivos grupos, a ordem de precedência dos subgrupos nas distintas fases de imunização”.