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Vírus mais agressivo da dengue avança no país

No DF, sorotipo 2 já é responsável por 26,8% dos casos da doença. Parte da população brasileira já foi infectada pelo tipo 1 e ocorrência de uma segunda infecção aumenta riscos de morte

atualizado

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Fernanda Carvalho/Fotos Públicas
Foto mostra mosquito da dengue em contra luz
1 de 1 Foto mostra mosquito da dengue em contra luz - Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas

Embora a maioria dos casos de dengue no Brasil ainda seja causada pelo tipo 1 da doença, cresce em alguns estados a circulação do sorotipo 2, o mais agressivo dos quatro vírus existentes. Dados do mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, com estatísticas de 3 de janeiro até 28 de maio, mostram que, de um total de 2,2 mil amostras positivas para dengue analisadas em laboratório neste ano, 6,4% já são do tipo 2, ante 0,7% no ano passado. No Distrito Federal, esse tipo de vírus já é responsável por 26,8% dos casos da doença.

Além de ser considerado por especialistas o mais virulento dos quatro sorotipos da dengue, o tipo 2 ainda está relacionado a outro risco no país. Como parte da população brasileira já foi infectada pelo tipo 1, a ocorrência de uma segunda infecção por outro sorotipo aumenta o risco de desenvolvimento de uma das formas graves da doença, que podem levar à morte, como a febre hemorrágica.

Segundo o infectologista Artur Timerman, presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, o risco maior em uma segunda infecção pela doença está relacionado à resposta imunológica do paciente que já contraiu o vírus uma vez. “Como já existem anticorpos contra um tipo de dengue no organismo, há uma reação inflamatória exacerbada, que prejudica o organismo, mas que não consegue neutralizar o novo sorotipo. O risco de desenvolvimento de uma forma grave da dengue é de 15 a 20 vezes maior quando se trata de uma segunda infecção.”

O grande número de brasileiros infectados pelo tipo 1 nas epidemias de dengue dos últimos anos é uma das razões que explicam o crescimento dos casos provocados pelo tipo 2, segundo especialistas. “Como o vírus tipo 1 da dengue está circulando há muito tempo no Brasil, já temos muitas pessoas imunes a ele. Quando há o contato dessa população com outro sorotipo, aumenta mesmo o número desses tipos de casos porque há mais pessoas suscetíveis a ele. E uma segunda infecção por dengue tem tendência a uma gravidade maior”, explica Marcos Boulos, coordenador de Controle de Doenças da Secretaria Estadual da Saúde.

Além do DF, outros estados registram circulação do tipo 2 da dengue acima da média nacional. No Pará, 33,3% das amostras analisadas correspondem a esse sorotipo. Em São Paulo, são 13,6% e em Rondônia, de 13,1%.

 

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