Vacina para crianças: Conass apoia Anvisa e cobra da Saúde mais doses
Agência autorizou, nesta quinta-feira (16/12), aplicação do imunizante da Pfizer contra Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos
atualizado
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O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) manifestou apoio à decisão desta quinta-feira (16/12) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A autarquia autorizou a aplicação do imunizante da Pfizer contra Covid-19 em crianças de 5 a 11 anos.
“Tendo em vista que para dar início à vacinação nesta faixa etária será necessária formulação específica desta vacina com um terço da fórmula “padrão” (10 microgramas por dose), o Conass aguarda posicionamento do Ministério da Saúde quanto à sua aquisição, o que é de sua competência”, destaca a entidade.
De acordo com a Anvisa, a vacina será aplicada em duas doses, com intervalo de 21 dias entre cada uma. Além disso, a dosagem do imunizante será especial, de apenas 3 microgramas. Para adultos, o volume é de 10 microgramas.
O Conass lembrou que o Instituto Butantan apresentou, recentemente, novo pedido à Anvisa para aplicação da Coronavac em crianças de 3 a 11 anos:
“Aguardamos também, com expectativa, o processo de avaliação da vacina Coronavac, do Instituto Butantan, para a vacinação de crianças e adolescentes de 3 a 17 anos, já amplamente utilizada em outros países, com disponibilidade imediata no Brasil e desenvolvida em plataforma conhecida, segura, eficaz e que permite a execução ordinária das demais vacinas do Programa Nacional de Imunização (PNI).”, segue a nota.
Este é o segundo pedido do Butantan para indicação do imunizante a essa faixa etária: de 3 a 17 anos. O primeiro pedido apresentado em julho foi avaliado pela Anvisa e negado por causa da limitação de dados dos estudos apresentados naquele momento.
O prazo de avaliação da Anvisa para este novo pedido é de até 30 dias. Segundo o Governo de São Paulo, existem 15 milhões de doses prontas para serem fornecidas.
Veja a nota completa do Conass, assinada pelo presidente Carlos Lula:
O Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) manifesta apoio à decisão técnica da Anvisa em aprovar a indicação da vacina desenvolvida pela Pfizer/Wyeth para crianças da faixa etária de 05 a 11 anos. Destaca-se que o imunizante já foi aprovado para esta faixa etária pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA), pela Agência Americana Food and Drug Administration (FDA) e pelo governo de Israel.
Tendo em vista que para dar início à vacinação nesta faixa etária será necessária formulação específica desta vacina com um terço da fórmula “padrão” (10 microgramas por dose), o Conass aguarda posicionamento do Ministério da Saúde quanto à sua aquisição, o que é de sua competência.
Aguardamos também, com expectativa, o processo de avaliação da vacina Coronavac, do Instituto Butantan, para a vacinação de crianças e adolescentes de 03 a 17 anos, já amplamente utilizada em outros países, com disponibilidade imediata no Brasil e desenvolvida em plataforma conhecida, segura, eficaz e que permite a execução ordinária das demais vacinas do Programa Nacional de Imunização (PNI).
É importante destacar o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS), que aponta que o público entre 05 e 14 anos é o mais afetado pela nova onda de Covid-19 na Europa e, apesar do menor risco em relação a outras faixas etárias, nenhuma outra doença imunoprevenível causou tantos óbitos em crianças e adolescentes no Brasil em 2021 como a Covid-19. A pandemia ainda não acabou e a completa vacinação de toda a população brasileira é urgente.
O gerente-geral de Medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, explicou que, mesmo com a diminuição da dosagem, a proteção contra a Covid segue garantida para as crianças.
“Comparando crianças de 5 a 11 anos com pessoas de 16 a 25 anos, com a dosagem diferente, a gente observou que existe a mesma quantidade de anticorpos neutralizantes. A vacina tem um desempenho importante na geração de anticorpos nessa população”, afirmou Mendes.
De acordo com Suzie Marie, coordenadora da Gerência Geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária, a maior parte dos eventos adversos relatados na aplicação da vacina em crianças é sem gravidade.
Suzie frisou que os benefícios do imunizante superam os riscos, e pediu que os pacientes e os gestores de saúde estejam atentos aos possíveis efeitos adversos, que devem ser comunicados à agência.