Vacina para chikungunya do Butantan apresenta resposta imune duradoura
Estudos em fase 3 nos Estados Unidos mostraram 96% de eficácia nos voluntários analisados, com reações adversas mínimas
atualizado
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O Instituto Butantan divulgou, nesta terça-feira (15/3), resultados animadores para a vacina contra chikungunya. O resultado final dos estudos em fase 3, realizados nos Estados Unidos, apresentaram produção de anticorpos por mais de seis meses em mais de 96% dos voluntários.
“Entregar pela primeira vez os resultados finais de fase 3 de uma vacina contra chikungunya significa que estamos um passo mais próximos de solucionar uma importante e crescente ameaça de saúde pública”, explicou o médico Juan Carlos Jaramill, da farmacêutica Valneva, responsável pela pesquisa.
Os voluntários tiveram uma primeira medição logo após receberem o imunizante. Neste primeiro teste, a taxa de eficácia foi de 98,5% em adultos e idosos acima de 65 anos. Na nova avaliação, feita seis meses depois, a chamada soroconversão, responsável pela produção de anticorpos, continuou em patamares semelhantes: 96,3%.
Os Estados Unidos não são uma região endêmica da doença. A previsão do instituto é de que o resultado seja ainda melhor em indivíduos com maior convivência com o vírus.
“Ou seja, a presença de anticorpos neutralizantes se manteve alta após a vacinação em um ambiente no qual os voluntários não ficam em contato constante com o vírus – a tendência é de que em locais onde a doença é endêmica, a produção de anticorpos seja ainda maior”, explica o Butantan, em nota.
Cerca de 4.115 pessoas participaram dos estudos. Ensaios clínicos também serão realizados no Brasil, com 750 adolescentes de 12 a 17 anos.
As cidades selecionadas para os testes são: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), Salvador (BA) e São Paulo (SP). São José do Rio Preto também iniciará ensaios clínicos.