metropoles.com

Uso obrigatório de máscaras: ao menos 10 estados relaxam exigências

Distrito Federal já aboliu obrigatoriedade até mesmo em locais fechados. Especialistas recomendam afrouxamento gradual

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Vinícius Schmidt/Metrópoles
goiás libera uso de máscara em espaços abertos
1 de 1 goiás libera uso de máscara em espaços abertos - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Em meio aos debates para retirar o status de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) da Covid-19 no Brasil – na prática, rebaixar a pandemia para endemia –, diversos entes federativos estudam flexibilizar ou mesmo já retiraram a obrigatoriedade do uso de máscaras. Pelo menos 10 estados já optaram por relaxar a exigência em locais abertos, e dois também em ambientes fechados.

Depois de atingir o ápice de casos registrados devido à variante Ômicron, o país assiste a uma queda nos números da pandemia. Especialistas, porém, pregam cautela.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por exemplo, argumenta que o relaxamento do uso de máscaras pode atrasar o fim da emergência sanitária. A Associação Médica Brasileira (AMB) recomenda que o acessório continue sendo utilizado pela população, sobretudo em ambientes fechados.

Levantamento feito pelo Metrópoles reuniu os locais que estudam remover a obrigatoriedade do equipamento de proteção individual (EPI) e aqueles que já a revogaram.

Veja a lista:

  • Uso de máscaras dispensado em lugar aberto: Amazonas, Goiás, Maranhão, Minas Gerais (a partir deste sábado, 12/3), Rio Grande do Norte (a partir da próxima quarta-feira, 16/3), São Paulo e Santa Catarina.
  • Flexibilização em ambientes abertos e fechados: Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
  • Mantém obrigação: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Roraima e Tocantins.

Não retornaram os contatos da reportagem secretarias da Saúde de Acre, Amapá, Pará, Piauí, Rondônia e Sergipe. O espaço continua aberto.

Capitais

Apesar das determinações estaduais, cabe aos gestores de cada município baterem o martelo. De acordo com a Confederação Nacional de Municípios (CNM), 89,9% das prefeituras (1.917 cidades), perpetuaram a obrigação em espaços públicos.

Pouco mais de 7% (154 municípios) desobrigaram o uso. A pesquisa foi realizada de 7 a 10 de março com 2.132 gestores, que representam 38,2% das cidades brasileiras.

Quatro capitais já confirmaram a liberação completa: Florianópolis, Natal, Brasília e Rio de Janeiro. Dez liberaram apenas em locais abertos: Belo Horizonte, Boa Vista, Campo Grande, Macapá, Manaus (a partir de quarta-feira, 16/3), Porto Alegre, São Luís, São Paulo, Porto Velho e Teresina (a partir de segunda, 14/3).

Catorze ainda preferem continuar com a exigência: Aracaju, Belém, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Manaus, Palmas, Recife, Rio Branco, Salvador e Vitória.

Afrouxamento gradual

Para o infectologista Alexandre Naime Barbosa, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e chefe do setor de infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), é mais prudente que a liberação não ocorra de uma vez.

A maneira mais cuidadosa, de acordo com o médico, é fazer a desobrigação “de forma gradual e observando os marcadores epidemiológicos, uma flexibilização sem banalizar a pandemia”. Por reconhecer o momento “com baixo índice de transmissibilidade”, ele reconhece: “Em ambientes abertos, a possibilidade de transmissão é realmente muito pequena”.

A avaliação de risco deve considerar alguns fatores: se o ambiente é aberto ou fechado ou se há grande concentração de pessoas. Individualmente, é necessário levar em consideração se há vacinação completa ou condições que diminuam a imunidade, como a faixa etária e doenças pré-existentes.

Raquel Stucchi, infectologista professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), acredita que não seja o momento de flexibilizar em todos os locais ao ar livre. “Ambientes abertos com aglomeração, como estádios de futebol, eventos culturais ou musicais, acredito que não é o momento de fazermos esta flexibilização”, pontua.

“Não vacinados tem de 20 a 40 vezes mais risco de evoluir para Covid grave ou até mesmo óbito”, destaca Alexandre. “Parcialmente vacinados ou completamente vacinados mas com imunidade baixa devem permanecer com o uso de máscara.”

Prioridades deveriam ser outras

Stucchi defende que existem tópicos mais urgentes no combate da pandemia para serem priorizados antes da retirada das máscaras. A professora elenca quatro:

“Implementar a vacinação das crianças, implementar e incentivar a terceira dose, oferecer a quarta dose para todos os idosos no nosso país e programar também a disponibilização no SUS das medicações que já existem e foram aprovadas pela Anvisa, que impedem ou diminuem muito o risco de evolução para formas graves.”

A infectologista também relembra que, com a chegada do outono e depois do inverno, há um aumento das infecções respiratórias. “As máscaras também conseguem bloquear a transmissão, então não é um momento agora de flexibilizarmos o uso de máscara. Até porque, se tivermos que voltar, a adesão será com certeza muito baixa”, diz.

Por fim, Stucchi destaca que, apesar dos altos índices de vacinação de várias capitais, a imunização no país não é uniforme. “Tendo as pessoas sem máscara, nós vamos favorecer a persistência do vírus da Covid e até o aparecimento de variantes”, finaliza.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?