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Taxa de mortalidade por Aids cai 16% no Brasil, diz governo federal

Dados mostram que 73% das novas infecções de HIV ocorrem no sexo masculino, sendo que 70% dos casos, entre homens de 15 a 39 anos

atualizado

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Dados divulgados nesta terça-feira (27/11) pelo Ministério da Saúde mostram que o Brasil chega aos 30 anos de luta contra o HIV com queda no número de casos e óbitos por Aids no país. Segundo o novo Boletim Epidemiológico da pasta, foi registrada redução de 16% na mortes relacionados com a doença. Para o governo federal, a garantia do tratamento para todos, lançada em 2013, e a melhoria do diagnóstico contribuíram para a queda. Outro fator apontado pelos técnicos é a ampliação do acesso à testagem e a redução do tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento.

De acordo com os novos números da epidemia, foram identificados 926.742 casos de Aids no Brasil, um registro anual de 40 mil novos casos entre 1980 e junho de 2018. Em 2012, a taxa de detecção de Aids era de 21,7 casos por cada 100 mil habitantes e, em 2017, foram 18,3, queda de 15,7%. Em quatro anos, também houve queda de 16,5% na taxa de mortalidade pela doença, passando de 5,7 por 100 mil habitantes em 2014 para 4,8 óbitos em 2017.

O boletim também traz a diminuição significativa da transmissão vertical do HIV, quando o bebê é infectado durante a gestação. A taxa de detecção de HIV em bebês reduziu em 43% entre 2007 e 2017, caindo de 3,5 casos para 2 por cada 100 mil habitantes. Isso se deve ao aumento da testagem na Rede Cegonha, que contribuiu para a identificação de novos casos em gestantes.

Em 2017, a taxa de detecção foi de 2,8 casos por 100 mil habitantes. Nos últimos 7 anos, houve redução de 56% de infecções de HIV em crianças contaminadas, após 18 meses de acompanhamento. Os dados mostram, ainda, que 73% dos novos casos de HIV ocorrem entre no sexo masculino, sendo que 70%, entre homens que estão na faixa de 15 a 39 anos.

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza teste rápido para a detecção do vírus nas unidades de saúde do país. Em 2018, foram distribuídos 12,5 milhões de unidades. Como a detecção do vírus impacta no início precoce do tratamento, a partir de janeiro também haverá na rede pública a oferta do autoteste de HIV para populações-chave e pessoas/parceiros em uso de medicamento de pré-exposição ao vírus.

No ano que vem, serão distribuídas 400 mil unidades, inicialmente como um projeto piloto nas cidades de São Paulo, Santos, Piracicaba, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e São Bernardo do Campo, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte, Manaus.

O autoteste de HIV já é vendido nas farmácias privadas do país, mas os resultados não podem ser utilizados para o diagnóstico definitivo. Em caso de resultado positivo, o Ministério da Saúde orienta que o usuário busque o serviço de saúde para testes complementares.

Nas caixas de autoteste de HIV, distribuído pelo SUS, haverá um número 0800 do fabricante para tirar dúvidas e dar orientações aos usuários. Esse serviço funcionará 24 horas e 7 dias por semana. Além disso, o usuário pode ter esclarecimentos pelo Disque Saúde 136 e no site.

Além da testagem, o governo federal também financia o tratamento para o HIV/Aids no país. Desde 2013, os medicamentos (antirretrovirais) podem ser acessados nas unidades de saúde pelos soropositivos independente da quantidade de vírus que eles apresentarem no corpo. Desde a introdução do tratamento para todos, até setembro deste ano, 585 mil pessoas com HIV/Aids estavam tomando a medicação no país. A maioria, 87%, fazem uso do dolutegravir, um dos melhores medicamentos do mundo que estão disponíveis gratuitamente no SUS.

O medicamento aumenta em 42% a chance de supressão viral (que é diminuição da carga viral do HIV no sangue) entre adultos, quando comparado ao tratamento anterior, usando o efavirenz. Além disso, a resposta virológica com o dolutegravir é mais rápida: no terceiro mês de uso, mais de 87% os usuários já apresentam supressão viral, segundo estudos realizados pelo Ministério da Saúde.

Campanha
Também foi lançada, pelo Ministério da Saúde, uma nova campanha publicitária contra a Aids, que neste ano celebra as conquistas nos 30 anos do Dia Mundial de Luta contra a Aids. A data foi instituída em 27 de outubro de 1988 pela Assembleia Geral da ONU e pela Organização Mundial de Saúde, cinco anos após a descoberta do vírus causador da Aids, o HIV.

A campanha será veiculada a partir de 28 de novembro. Como parte das comemorações do dia 1º de dezembro, o Ministério da Saúde resgatará a confecção de colchas de retalhos, os chamados quilt, com mensagens de otimismo para quem vive com o vírus. O ministério vai estender um mosaico, formado por essas colchas, em um dos gramados da Esplanada dos Ministérios. O material foi produzido por milhares de pessoas em várias partes do país que utilizaram uma plataforma digital para produzir a sua mensagem de apoio à causa.

O evento foi aberto com um discurso da drª Adele Benzaken, Diretora de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e Hepatites Virais, que apresentou representantes da sociedade civil que são portadores do vírus HIV, mas que, graças ao tratamento precoce, hoje possuem a carga viral indetectável.

Durante o evento, foram também apresentados dados que comprovam a eficácia das ações realizadas pelo Ministério da Saúde, como os testes feitos em mulheres gestantes e o tratamento daquelas que têm HIV/Aids, o que reduziu em 56% a contaminação vertical. O projeto piloto com o autoteste começará nas cidades São Paulo, Santos, Piracicaba, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, São Bernardo do Campo, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis, Salvador, Porto Alegre, Belo Horizonte e Manaus. (Com informações do Ministério da Saúde)

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