metropoles.com

Sistema de rastreamento de remédios será testado a partir de agosto

Entre os candidatos para o experimento estão antibióticos, uma droga para controlar a hipertensão e outra para diabete

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Daniel Ferreira/Metrópoles
Aumento nos remédios – Brasília – DF 15/10/2015
1 de 1 Aumento nos remédios – Brasília – DF 15/10/2015 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O sistema de rastreamento de remédios, que permite traçar a trajetória do produto desde a fábrica até os postos de venda, começa a ser testado em agosto no Brasil com no máximo cinco classes de medicamentos. Entre os candidatos para o experimento estão antibióticos, uma droga para controlar a hipertensão e outra para diabete.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já publicou as regras para nortear o sistema na fase de experimentação, que começa em agosto e tem duração de um ano.

O objetivo é rastrear o produto durante todo o percurso e monitorá-lo mesmo em locais onde o acesso à internet não é constante. Uma das intenções é de que farmácias pequenas façam a transmissão de informações via celular. “Quando o sistema estiver em vigor, acreditamos que aplicativos serão criados. O que pode permitir que o próprio consumidor verifique se o remédio não é falsificado.”

Nos próximos dois meses, é aguardada a edição de normas que vão acertar os detalhes de quais empresas e quais produtos serão envolvidos no trabalho.

O presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, afirma que devem participar dessa fase um laboratório internacional, um laboratório brasileiro de grande porte, outro de pequeno porte e um laboratório público. “A participação é obrigatória. Mas muitas empresas já mostraram interesse em participar”, disse.

Preparativos para por em prática o sistema não vêm de hoje. Pela ideia inicial, a rastreabilidade deveria estar totalmente implementada no país há pelo menos cinco anos. Foram sucessivos adiamentos e alterações no projeto, considerado essencial para tentar prevenir contrabando, roubo e falsificação de medicamentos.

O formato agora acertado é bem mais restrito do que havia sido projetado em 2009, quando a lei foi criada. A lei anterior determinava que o sistema fosse aplicado em todo o mercado, para todos os medicamentos. O modelo anunciado este mês pela Anvisa exclui do projeto piloto radiofármacos, medicamentos vendidos sem receita médica, amostras grátis, contrastes injetáveis e gases medicinais.

Também são excluídos desta fase remédios distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de controle individualizado (em que autoridades sabem nome e endereço do paciente), como os fornecidos no programa de tuberculose e de aids. A tendência é de que a exclusão seja mantida, mesmo depois de concluída a etapa de projetos.

Jarbas Barbosa reconheceu a demora na adoção da lei de rastreabilidade. Para ele, no entanto, a primeira versão era pouco factível. “O prazo proposto para isso, de três anos, era muito pequeno. Não foi feito um estudo para verificar quanto o processo custaria, qual tecnologia seria usada”, disse.

Ele argumenta que, mesmo em países ricos, o prazo para a implementação do sistema é maior. Diante das dificuldades, uma nova lei foi aprovada no ano passado. Pelo cronograma traçado, a adoção para todo o mercado começa somente em abril de 2022.

A preocupação da agência, agora, é escolher produtos que sejam muito representativos. Daí a opção por um antibiótico de largo uso (preferencialmente que tenha tanto a versão oral quanto injetável) e medicamentos para controle de hipertensão e diabete, duas doenças muito comuns entre brasileiros. “O objetivo central da rastreabilidade é evitar fraude e a ação de quadrilhas especializadas em roubo de cargas de medicamentos”, justificou Barbosa.

Para analistas, a rastreabilidade é importante para a vigilância de produtos. E problemas na qualidade, avaliam, podem ocorrer em todos os remédios, não apenas nos mais caros.

Desde que assumiu a presidência da Anvisa, o sanitarista defendia que a rastreabilidade tivesse dimensão reduzida para produtos considerados de maior risco de fraude e contrabando. Outra mudança defendida por Barbosa, que agora se tornou regra, é a mudança no banco de dados.

O controle será feito por um banco público, controlado pela Anvisa. “Na regra anterior, a previsão era de que o controle seria feito pelo produtor ou importador do remédio.”

O presidente da Sindusfarma — entidade que representa indústrias farmacêuticas —, Cleiton de Castro Marques, fez elogios. “No formato inicial, os custos seriam muito altos. Com a proposta atual, é possível a indústria absorver o impacto. Ele trará mais segurança.”

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?