Saúde deve seguir Anvisa e orientar mesma vacina para dose de reforço
O ministério pretende discutir sobre a aplicação da dose de reforço, principalmente da AstraZeneca, que difere do entendimento da Anvisa
atualizado
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Um dia após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendar a aplicação da dose de reforço por meio da vacinação homóloga, isto é, com os mesmos imunizantes das duas doses iniciais, o Ministério da Saúde se reúne para alterar a nota técnica sobre o tema.
Em seu primeiro anúncio a respeito da dose de reforço, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sinalizou que a aplicação do imunizante deveria ser feita de forma heteróloga. Ou seja, mesmo que a pessoa tenha sido vacinada com Coronavac, AstraZeneca ou Janssen, ela receberia a dose de reforço da Pfizer.
No entanto, nota técnica do Ministério da Saúde apresentada pela diretora da Anvisa Meiruze Freitas, nessa quarta-feira (24/11), prevê a vacinação homóloga no caso da Pfizer e da Janssen.
Ao Metrópoles interlocutores do ministério dizem que a mudança quanto à aplicação dos imunizantes deve ser publicada ainda nesta quinta-feira (25/11), e se alinhar, em parte, com o que entendeu a Anvisa, nesta quarta-feira (24/11).
Na prática, assim como o parecer da Anvisa, quem já havia se imunizado com a Janssen e Pfizer tomará uma dose de reforço das mesmas vacinas.
A diferença entre o entendimento da Saúde e da agência de vigilância, contudo, estaria no esquema vacinal da AstraZeneca, no qual a Anvisa recomenda a aplicação homóloga (dose de reforço também da AstraZeneca) e o ministério aconselha a aplicação heteróloga (dose de reforço da Pfizer).
Vacinação heteróloga, segundo entendimento da Anvisa, seria apenas para quem tomou Coronavac. “Recomenda-se, preferencialmente, vacina heteróloga da tecnologia mRNA aprovada pela Anvisa, para o esquema da vacinação de reforço referente ao esquema primário da vacina Coronavac”, pontuou a diretora Meiruze Sousa Freitas, em sua fala.
O desacerto nos pareceres entre os órgãos se arrasta desde a semana passada, quando o Ministério da Saúde anunciou a disponibilização da dose de reforço para os maiores de 18 anos. Na ocasião, a agência afirmou não ter sido consultada previamente pelo governo federal sobre a decisão.