Ritmo lento de aplicação da 4ª dose contra Covid põe governo em alerta
Governo federal tem feito esforço conjunto com as secretarias estaduais e municipais de Saúde para alavancar os índices de vacinação
atualizado
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Mais de um mês após ampliação da campanha, o ritmo da aplicação da quarta dose da vacina contra a Covid-19, doença causada pelo coronavírus, colocou o Ministério da Saúde em alerta.
Até o momento, foram administradas 12,8 milhões de “segunda dose de reforço”, como a aplicação é chamada tecnicamente.
Ao Metrópoles a pasta admitiu que “acompanha com atenção” o andamento da vacinação em todos os estados. O governo federal distribuiu mais de 518 milhões de doses de vacina Covid-19.
Veja a quantidade de doses aplicadas por ciclo:
- 1ª dose: 177,6 milhões
- 2ª dose: 158,2 milhões
- 3ª dose: 97,5 milhões
- 4ª dose: 12,8 milhões
Os dados foram analisados pelo Metrópoles, com base em material publicado pelo LocalizaSUS, plataforma de prestação de contas do Ministério da Saúde. A reportagem considerou dados publicados até quarta-feira (13/7).
“O Ministério da Saúde reforça a importância da segunda dose e da dose de reforço para garantir a máxima proteção contra o vírus”, frisa, em nota.
O governo federal tem feito movimentos com as secretarias estaduais e municipais de Saúde para alavancar os índices e frear o adoecimento.
“A pasta recomenda que estados e municípios continuem empenhados em vacinar a população que ainda possui doses em atraso”, frisa a pasta, em nota.
Apesar do panorama, o ministério defende que a vacinação geral contra a Covid-19 no Brasil possui uma das maiores taxas de cobertura.
Em meados de junho, o Ministério da Saúde liberou a imunização para pessoas com 50 anos ou mais. No último dia 20, estendeu para pessoas com 40 anos ou mais. Algumas cidades já aplicam em pessoas a partir dos 30 anos. Contudo, o ritmo da imunização não deslanchou.
Leonardo Weissmann, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, condena a baixa adesão e faz um apelo: “As pessoas precisam ir aos postos e reforçar a sua proteção.”
“A população precisa se conscientizar sobre a necessidade da quarta dose de vacina, especialmente os idosos e imunossuprimidos, que têm um sistema imune mais deficiente. A vacina está disponível”, defende.
A infectologista Joana D’arc Gonçalves, mestre em medicina tropical pela Universidade de Brasília (UnB), alerta que muitas pessoas já estão despreocupadas por causa da redução de mortalidade e casos graves.
“Alguns já até esqueceram o que ocorreu nos últimos anos. Mas temos que ser cuidadosos, principalmente sabendo que podemos nos prevenir e que o insumo está disponível”, critica.
Ela frisa que o Brasil, sendo um país de proporções continentais, com diferentes realidades e considerando a logística necessária para a aplicação das novas vacinas, não conseguiu a mesma capilaridade de várias campanhas de vacinas do passado.
“Sem falar que fazer uma dose cada quatro/seis meses é complicado para o cidadão se deslocar ou se ausentar do trabalho para fazer o esquema vacinal”, conclui.
Público-alvo da imunização
A maior parte das capitais brasileiras imuniza, com a segunda dose de reforço, pessoas com 40 anos ou mais. São 19, ao todo: Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio de Janeiro, Salvador (BA).
São Paulo e Brasília (DF) vacinam maiores de 35 anos. Aracaju (SE), Manaus (AM), São Luís (MA) e Teresina (PI) já avançaram o público-alvo para maiores de 18 anos com quatro meses completos desde a terceira dose.
Vitória (ES) imuniza pessoas acima de 50 anos, enquanto Rio Branco aplica a quarta dose no público a partir de 30 anos.
Grupos prioritários como imunossuprimidos e profissionais da saúde também estão elegíveis.
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