Repatriados de Wuhan relatam viagem “descontraída” de retorno
Série de postagens no Instagram dos brasileiros vindos da China mostram clima descontraído na volta para o Brasil
atualizado
Compartilhar notícia
Enviado especial a Anápolis – As aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) que participaram da missão de resgate aos brasileiros na cidade de Wuhan, epicentro do surto de coronavírus na China, passaram 95 horas nos ares. Apenas o retorno, com as quatro escalas programadas, rendeu 37 horas de voo, sem contar a espera nos aeroportos por onde a tripulação e os 34 brasileiros repatriados passaram.
Tanta espera para chegar ao destino da quarentena foi transmitida pelos brasileiros que viviam em Wuhan em suas redes sociais. Num clima descontraído e de confraternização, o grupo tentou amenizar o cansaço do deslocamento com brincadeiras e jogos. Além disso, alguns deles se empenharam em entreter as sete crianças do grupo.
O longo percurso de Wuhan, na província de Hubei, até Anápolis, vem sendo transmitido pelo grupo desde antes do embarque no avião da FAB, no aeroporto da cidade. Muito antes da chegada das aeronaves, eles já vinham sendo monitorados por autoridades sanitárias chinesas, que articularam o retorno e cooperaram com a repatriação dos brasileiros. Veja abaixo:
Os voos fizeram quatro escalas após deixar a China: em Ürümqi, na China; Varsóvia, na Polônia; Las Palmas, nas Ilhas Canárias (Espanha) e Fortaleza (CE). Quatro cidadãos poloneses e um chinês pegaram carona e ficaram em Varsóvia. Havia a informação de que uma indiana estaria entre os passageiros. Ela, de fato, chegou a solicitar a viagem, mas não pôde embarcar por problemas no passaporte.
Durante os voos que fizeram entre todas as escalas, até chegar em Anápolis, todos tiveram de passar por exames para garantir a ausência de sintomas do coronavírus. Passageiros e tripulantes tinham os sinais vitais verificados e precisavam trocar as máscaras descartáveis a cada quatro horas.
De acordo com o general Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, secretário do Ministério da Defesa, todos estão bem de saúde e não apresentam sintomas da doença.
Quarentena
Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), o período de incubação do vírus é de 14 dias. Exames para a presença do organismo causador da doença serão testados na chegada, no sétimo e no 14º dia. Caso todos os resultados sejam negativos, os brasileiros serão liberados ao término de 18 dias para retornarem às suas cidades, com meios e recursos próprios, sem apoio financeiro do Estado.
Quem tiver resultado positivo para coronavírus ou apresentar algum sintoma será isolado na área amarela da Base Aérea. Em caso de agravamento, a pessoa será transferida em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea para o Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília.
Ao todo, 58 pessoas viajaram nas duas aeronaves, incluindo os 34 repatriados, médicos do Ministério da Saúde, diplomatas, militares da FAB e um jornalista da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).