Quadrilha pode ter lucrado R$ 30 milhões com “golpe do glaucoma”
O grupo atuava em Goiás, Alagoas, Sergipe e Bahia. Dava falsos diagnósticos da doença e fraudava preço dos colírios no SUS
atualizado
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Uma quadrilha que atuava em Goiás, Alagoas, Sergipe e Bahia pode ter faturado cerca de R$ 30 milhões com um golpe que dava falso diagnóstico de glaucoma e desviava dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS). Reportagem do Fantástico, veiculada neste domingo (25/6), mostra que os criminosos indicavam colírios para o tratamento da doença mais caros, mas fornecia os mais baratos. A diferença entre um e outro chegava a R$ 110.
Além disso, procedimentos não realizados eram cobrados do SUS. A estimativa de um único médico, que denunciou o crime, é que mais de 20 mil consultas não realizadas na clínica onde trabalhava foram pagas em um ano
De acordo com a reportagem, o mais grave era o diagnóstico sem o paciente ter a doença. Em um mutirão realizado no interior de Alagoas, por exemplo, das 190 pessoas atendidas, 75 foram diagnosticadas com o glaucoma, que é uma doença degenerativa do nervo ótico. Isso representa 40% dos atendidos em um só mutirão. Em toda a população brasileira, 3% sofrem com o mal.Quatro pessoas chegaram a ser presas pelo esquema. Entre elas, André Born, que já foi secretário adjunto da Saúde em Maceió e ocupou cargos no Ministério da Saúde em 2016. Todos foram soltos e respondem ao caso em liberdade. Segundo a matéria do Fantástico, o Ministério da Saúde e a Polícia Federal apuram o caso.