Pazuello culpa hospitais e “dificuldades técnicas” por caos em Manaus
Em relatório lido pelo ministro da Saúde no plenário, técnicos do SUS não indicaram falta de oxigênio nas unidades de saúde
atualizado
Compartilhar notícia
Alvo de pedido de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou, na tarde desta quinta-feira (11/2), que seu ministério não teve relação direta com o desabastecimento de cilindros de oxigênio que causou colapso no sistema de saúde de Manaus (AM) e demais municípios do Amazonas.
Em relatório lido pelo ministro no plenário, técnicos da Sistema Único de Saúde (SUS) afirmam que o desabastecimento de oxigênio dos hospitais de Manaus (AM) resultou de “problema na rede de gás do município” e de “deficiência na gestão dos hospitais”.
“Os fatos relatados puros e secos indicam deficiência na gestão dos hospitais por colapso e dificuldades técnicas em redes de gases. Em momento algum fala sobre falta de oxigênio, colapso de oxigênio ou previsão de falta de oxigênio”, afirmou.
Confrontado a dar esclarecimentos por senadores, Pazuello defendeu que o Ministério da Saúde foi “além da sua competência” para tentar contornar a situação crítica no estado.
“Ficou claro que o Ministério da Saúde não tem qualquer competência para fabricação, distribuição e transporte de oxigênio. Ministério da Saúde não tem qualquer competência para gestão e saúde em estados e municípios. Zero competência”, afirmou.
Pazuello defendeu que o governo federal trabalha pela “vacinação acelerada” no estado. “Estou vivendo muito sério isso, não é uma brincadeira. Estou falando da minha gente. É da minha família. Nada ficou para trás. Todas as ações foram proativas e a vacinação será proativa também. Quem vai fazer a vacinação acelerada em Manaus é o Ministério da Saúde com o Ministério da Defesa. Vamos vacinar todos acima de 50 anos, este é o desenho que está se desenvolvendo nas últimas semanas”.
O general defendeu que o ministério iniciou as ações de controle antes mesmo de tomar conhecimento do crescimento de casos no estado.
“Só em 13 de janeiro confirmou-se a nova cepa. Fizemos um alerta epidemiológico. Não havia como fazer bloqueio em Manaus, não existe fazer uma redoma em Manaus e achar que resolveu o problema. [A nova cepa] já estava em circulação”, ressaltou.
Conforme Pazuello, atualmente, o estado apresenta “tendência de quedas” no número de casos e de mortes por Covid-19.
Aos parlamentares, o ministro defendeu que a gestão da pasta em território amazonense se resumiu em seis estratégias (veja abaixo).
- Regularizar o fluxo de oxigênio;
- Reorganização e reforço da atenção primária;
- Reorganização e reforço da atenção especializada;
- Remoção aérea de pacientes;
- Vacinação; e
- Atenção à saúde indígena.