metropoles.com

OMS: crise na Venezuela pode causar surtos de doenças no Brasil

Segundo a Organização Mundial da Saúde, com a migração, sintomas de malária e sarampo por exemplo podem atingir brasileiros

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
REPRODUÇÃO/FLICKR
venezuela-1716111_960_720
1 de 1 venezuela-1716111_960_720 - Foto: REPRODUÇÃO/FLICKR

A crise na Venezuela pode ter uma repercussão imediata nas fronteiras com o Brasil e fazer com que surtos de doenças atinjam áreas do território brasileiro. O alerta é do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus. Nesta sexta-feira (18/5), ele se pronunciou pela primeira vez em relação à situação em Caracas, capital venezuelana.

De acordo com ele, o país voltou a registrar surtos de malária e sarampo. Desde meados de 2016, a Venezuela também vive um surto de difteria, com mais de 1,6 mil casos. Segundo a OMS, a importação da doença para o Brasil já é uma realidade.

“Há uma migração e, como sabem, os surtos podem se espalhar pelos demais países”, disse Tedros. “Já tratei desse tema com as autoridades brasileiras e estamos ajudando tanto as regiões do Brasil como localidades da Venezuela. Mas é muito preocupante. São três surtos juntos”, afirmou.

Para a entidade, o risco é de que o fluxo de pessoas possa provocar uma nova onda de transmissão de certas doenças as quais estavam sob controle ou mesmo eliminadas no Brasil e na Colômbia, como é o caso da malária.

“Há uma elevada inflação na Venezuela e isso tem afetado de forma importante o país”, disse. “Há falta de remédios e de abastecimento. Estamos dando apoio e tentando aumentar o fornecimento de vacinas e intensificar campanhas”, explicou Tedros.
Internamente, porém, a OMS já não confia mais nos dados oficiais da Venezuela. Um dos casos se refere ao sistema de saúde, mortalidade e o número de casos de malária. A Venezuela informou à OMS que registrou apenas uma morte pela malária em 2016. No entanto, a estimativa da entidade é de até 280 mortes.
Suspensão

Às vésperas da Assembleia Mundial da Saúde, que começa na segunda-feira (21), a OMS ainda recomendou a suspensão do direito ao voto da Venezuela na entidade a partir do próximo ano, bem como sugeriu o impedimento da participação do governo de Nicolás Maduro nas decisões que afetam a agenda da saúde internacional.

Contudo, documentos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo apontam o motivo da proposta de afastamento como financeiro. Cabe agora aos ministros dos 193 países presentes na Assembleia Mundial da Saúde decidir o destino da Venezuela.

O governo venezuelano não paga suas contribuições obrigatórias à agência de saúde da ONU desde 2014. O total da dívida chega a US$ 8 milhões, valor considerado pequeno em um orçamento de US$ 1 bilhão da entidade. Mas, pelas regras, atrasos consecutivos nos pagamentos e a falta de um plano para quitar a dívida resultam na suspensão de voto.

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?