“Não houve demora”, afirma Mandetta sobre resgate de brasileiros
Ministro da Saúde disse que há “muita gente” disposta a “fake news” sobre o coronavírus, mas não há razão para pânico
atualizado
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O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, rebateu críticas de que o governo brasileiro demorou a agir para resgatar os brasileiros que estão no epicentro do surto de coronavírus na China, a cidade de Wuhan. “Não houve demora. Está de bom tamanho [o tempo de resposta]. Houve a solicitação deles [brasileiros] na semana passada e começou o trabalho do Ministério das Relações Exteriores para negociar com a China, a preparação do Ministério da Saúde, do Ministério da Defesa. O Brasil está fazendo o correto”, disse ele.
A fala ocorreu em conversa com jornalistas logo após a aprovação, pelo Senado, do projeto de lei que dará segurança jurídica para a quarentena que será imposta aos brasileiros resgatados. Eles deverão ficar 18 dias em uma base militar de Anápolis, em quartos individuais e proibidos de receber visitas.
Como não houve uma sinalização inicial do governo brasileiro sobre o resgate, os brasileiros se mobilizaram e chegaram a gravar um vídeo pedindo ajuda. A resposta oficial confirmando o plano de resgate aconteceu após o vídeo virar um dos assuntos mais comentados nas redes sociais.
A previsão é de que o grupo, inicialmente de 34 brasileiros, seja resgatado na próxima sexta-feira por dois jatos VC-2 da Força Aérea Brasileira (FAB) e chegue ao Brasil na madrugada de sábado. A missão partiu de Brasília pouco depois do meio-dia desta quarta-feira (05/02/2020).
“Sem motivo para pânico”
Mandetta garantiu ainda que o Brasil está preparado para enfrentar o coronavírus caso a doença chegue ao país. “Não temos nenhum caso confirmado. Podemos [vir a] ter hoje, podemos ter amanhã, daqui a 15 dias, ou podemos não ter. Mas temos que trabalhar com todos os cenários. O que importa agora é que não temos nenhum motivo pra sensação de pânico”, discursou.
O ministro anunciou que nesta quinta (06/02/2020) irá se reunir com secretários de Saúde de todo o Brasil para tratar dos protocolos relacionados ao coronavírus e disse que mais laboratórios estão sendo autorizados a fazer o diagnóstico – até agora era um só no país.
“Será que no Hemisfério Sul, nos trópicos, esse vírus tem o mesmo comportamento que ele tem lá? Nós não sabemos. Tem muitas perguntas da ciência sem resposta. Agora é momento de ter cautela e não politizar o tema”, concluiu.