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MPF cobra explicações do governo por cancelamento da compra da Coronavac

O presidente Jair Bolsonaro desautorizou o ministro da Saúde, que anunciou a intenção de adquirir 46 milhões de dose da vacina

atualizado

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O Ministério Público Federal (MPF) pediu explicações ao Ministério da Saúde e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre os motivos que levaram o governo a privilegiar a vacina de Oxford, da farmacêutica AstraZeneca, em detrimento da chinesa Coronavac, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan.

A procuradoria quer saber por que o ministério considerou inicialmente somente incluir a vacina de Oxford no calendário da pasta, deixando de incluir outros imunizantes, como a Coronavac, também na mesma fase de testagem.

“Contudo, os responsáveis pela produção e testes de ambas as vacinas têm acordos de transferência de tecnologia com o Brasil para produção nacional, de modo que, a princípio, não haveria motivos para privilegiar uma em detrimento da outra, caso os resultados dos testes sejam satisfatórios nos dois casos”, alegam os procuradores.

Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desautorizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que anunciou a assinatura de um acordo de intenção para a compra de 46 milhões de dose da chinesa Coronavac.

Com isso, a procuradoria enviou pedido de informações ao MPF para saber quais os termos do acordo e se houve qualquer alteração no planejamento, divulgado no dia 20.

O MPF também quer saber como está o processo de testes da Coronavac, após o governo de São Paulo denunciar que a Anvisa estaria retardando a autorização para a importação de matéria-prima da Sinovac.

O desenvolvimento das vacinas contra o novo coronavírus virou uma disputa política, uma vez que a Coronavac é desenvolvida pelo Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, estado governado por João Doria (PSDB), adversário de Bolsonaro.

O presidente tem questionado a Coronavac, mesmo sem apresentar qualquer argumento científico para isso. Recentemente, o chefe do Executivo disse não acreditar que o imunizante chinês “transmita segurança suficiente para a população pela sua origem”.

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