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Ministério da Saúde reforça necessidade da doação de sangue no frio

Pasta destaca que é necessário fortalecer as ações que estimulam doadores voluntários para manutenção dos estoques no país

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
hemocentro – doação de sangue
1 de 1 hemocentro – doação de sangue - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Dezesseis brasileiros em cada mil são doadores de sangue, o que representa 1,6% do total da população. A estimativa é de que 66% dessas doações sejam espontâneas, isto é, de pessoas que buscam os centros de doação voluntariamente. A média de doações no país está dentro da meta da Organização Mundial da Saúde (OMS), que preconiza que entre 1% e 3% dos habitantes de um país sejam doadores de sangue.

Segundo o Ministério da Saúde, nos últimos anos, as taxas de doação ficaram estáveis, o que demonstra que há uma conscientização da população. No entanto, o ministério reforça que é necessário fortalecer as ações que estimulam a doação voluntária para manutenção dos estoques no país.

Para o ministro da Saúde interino, João Gabbardo, que participou nesta sexta-feira (14/06/2019), Dia Mundial do Doador de Sangue, de uma ação voluntária de incentivo à doação em São Paulo, as datas são importantes para lembrar que a doação de sangue salva vidas.

Veja vídeo sobre a campanha para doação de sangue:

Especialmente no inverno e em feriados prolongados, períodos em que se tem uma baixa de estoque de sangue, é preciso ampliar as ações para levar o público aos hemocentros. “Nesses momentos, as pessoas mudam suas rotinas, viajam ou aproveitam para descansar. Então, é importante fazer a doação de sangue antes de viajar ou de curtir o feriado”, diz o ministro interino.

Doação de reposição
Segundo o último balanço do Ministério da Saúde, em 2017, foram coletadas 3,4 milhões de bolsas de sangue e realizadas 2,8 milhões de transfusões. Desse total, 34% correspondem à doação de reposição – quando o indivíduo doa para atender à necessidade de um paciente. Foi por esse motivo que a farmacêutica Priscila Drumond Alves Moreira, 37 anos, que mora em Belo Horizonte, fez sua primeira e única doação de sangue em novembro de 2016.

“Foi por causa da minha avó que teve uma fratura, precisava de cirurgia, e foi pedida doação. Antes disso, tinha tentado doar e tinha me sido dito que eu não poderia por ter tomado medicação anticonvulsivante na infância. Apesar dessa restrição, fui ao Hemominas, e eles falaram que o protocolo mudou e que eu poderia doar”, conta Priscila.

A família da médica Roberta Catarina, 37 anos, que mora em Brasília, conseguiu levar 29 pessoas aos bancos de sangue em São Paulo após a sobrinha Bruna, de 6, passar por uma cirurgia. De todos que compareceram ao chamado, 23 estavam aptos a fazer a doação. Agora ela se prepara para repetir a campanha, a pedido do hemocentro, por causa do baixo estoque nesta época do ano.

“Achei uma atitude de nobreza de sentimento, que, às vezes, nem mesmo o doador imagina que seja tão importante. Sabendo das dificuldades de sair de casa, trabalho, compromissos, e doar algo que, realmente, pode salvar vidas e fazer a diferença pra alguém que nem conhece. Fiquei surpresa, porque a maioria a gente nem conhecia, e foi lá doar”, diz Roberta.

Recomendação para doar sangue
Pessoas com mais de 16 anos (até os 18 com autorização do responsável) e até 69 anos que pesam no mínimo 50 quilos (kg) e em bom estado de saúde são potenciais doadores. A recomendação é para que o doador esteja descansado, não tenha ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não esteja de jejum. Homens podem fazer quatro doações anuais; as mulheres, três. O intervalo mínimo deve ser de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

Segundo o ministério, a doação é segura e todo o sangue coletado é testado para HIV, hepatite C e B, respeitando-se a “janela imunológica” dessas doenças – aquele tempo em que o vírus já está presente no doador, mas ainda não é possível sua detecção. Por isso, o processo que antecede a doação é composto por entrevista em que é avaliado o estado de saúde do paciente.

“Durante a entrevista, que é sigilosa, é avaliado o estado de saúde do doador, visando à proteção de sua saúde e da saúde do receptor e, ainda, são utilizados produtos descartáveis no processo de doação”, diz o coordenador-geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Flávio Vormittag.

O país possui 32 hemocentros coordenadores e outros 2.066 serviços de coleta ligados ao Sistema Único de Saúde. Em 2018, foi investido R$ 1,3 milhão em qualificação de profissionais, modernização e fornecimento de medicamentos para a rede. Para este ano, o mesmo valor está previsto para investimentos nos serviços da rede de coleta de sangue.

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